quarta-feira, 6 de março de 2013

IV Domingo da Quaresma: “Domingo Laetare
O Pai das Misericórdias
Rev. Edson Cortasio Sardinha

 

            A Quaresma é uma caminhada de contrição, jejum e oração. Um período de preparação espiritual para a Semana Santa.
A cor desse período é o roxo, mas no decorrer da Quaresma temos um momento de júbilo, onde a cor litúrgica passa do roxo para o rosa. É o chamado “Domingo Laetare”, ou “Domingo da Alegria”, ou ainda “Domingo das Rosas”.
             O IV Domingo da Quaresma recebeu estes nomes porque assim começava a Antífona de Entrada da Santa Ceia: Laetare, Ierusalem, (“Alegrai-vos, Jerusalém, reuni-vos, todos que a amais; regozijai-vos com alegria, vós que estivestes na tristeza; exultai e sereis saciados com a consolação que flui de seu seio”, Isaías 6. 10-11).
            A cor litúrgica passa do roxo para o rosa para representar a alegria pela proximidade da Páscoa.
            Este domingo, como já foi dito, já foi chamado também de “Domingo das Rosas”, pois, na antiguidade, os cristãos costumavam se presentear com rosas no quarto domingo da quaresma. No século X surgiu a tradição da “Bênção da Rosa” onde o Papa passou a dar uma rosa de ouro às pessoas consideradas importantes para a Igreja Católica. Esta tradição permanece até hoje.

As leituras do Quarto domingo da Quaresma

Primeira Leitura:     A primeira leitura é Josué 5.9-12. Deus fala com Josué para preparar a grande celebração da Páscoa. O Povo estava agora na Terra Prometida e iria iniciar a festividade da lembrança do livramento. O Deus da misericórdia libertou o povo e sustentou no deserto. Agora o povo iria celebrar a Ação do Senhor, o Pai das Misericórdias.

Cântico Responsorial:
O Cântico Responsorial é o Salmo 34. O Salmista bendiz ao Senhor, pois Deus o respondeu quando este lhe procurou. Deus o libertou da ansiedade. Ele procurou o Senhor e este o livrou de todas as suas angústias. É uma Celebração ao Pai das Misericórdias.

Segunda leitura:
A Segunda Leitura é 2 Cor 5,17-21. Paulo escreve aos Coríntios dizendo que “Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigas passaram; tudo foi renovado”. Somos reconciliados com Deus através de Cristo.  Em Cristo herdamos o ministério da reconciliação com o Pai. Jesus toma o nosso pecado e nos dá sua justiça. Agora temos a reconciliação com o Pai das Misericórdias através do Filho Jesus.

Terceira Leitura:
            A terceira Leitura é Lucas 15. No início do capítulo o Senhor Jesus está acolhendo publicanos e pecadores que vieram para lhe ouvir. Com esta atitude acolhedora e inclusiva de Jesus, os fariseus e escribas começaram a murmurar dizendo: "Este recebe pecadores e come com eles" (2). Jesus apresenta três parábolas para mostrar a alegria de Deus em acolher o perdido. Deus é o Pai das Misericórdias. No Evangelho de Lucas temos três parábolas com a mesma aplicação: a alegria de Deus com o retorno do pecador - parábolas da ovelha perdida, a dracma perdida e o filho perdido. É o Pai das Misericórdias que acolhe seu filho e lhe dá a nova chance do recomeço.

Conclusão:
            Este é o “Domingo Laetare”, o domingo da Alegria. Alegramo-nos pela acolhida que o Pai das Misericórdias. Somos amados e restaurados em Cristo. Nós preparamos para a alegria da Páscoa. 
            A grande felicidade da quaresma é a reconciliação. Mas muitas vezes não nos lembramos desta graça e nossa vida se entristece novamente. Como diz João-Maria Vianney (1786-1859), presbítero, Cura de Ars , no 1º sermão sobre a misericórdia de Deus:

“Ó meu Deus, como é terrível o pecado! Como é possível que o cometamos? Mas, por muito miseráveis que sejamos, desde que tomemos a resolução de nos convertermos, [...] as Suas entranhas de misericórdia são tocadas pela compaixão. Esse terno Salvador corre com a Sua graça ao encontro dos pecadores, abraça-os, favorecendo-os com as consolações mais deliciosas. [...] Que momento delicioso! Como seríamos felizes se tivéssemos a felicidade de o compreender! Mas, infelizmente, não correspondemos à graça e por isso esses momentos felizes desaparecem”.
            Por isso devemos lembrar sempre: Somos filhos e filhas do Pai das Misericórdias.