A
Quaresma é uma caminhada de contrição, jejum e oração. Um período de preparação
espiritual para a Semana Santa.
A cor desse período é o roxo, mas no
decorrer da Quaresma temos um momento de júbilo, onde a cor litúrgica passa do
roxo para o rosa. É o chamado “Domingo Laetare”,
ou “Domingo da Alegria”, ou ainda “Domingo das Rosas”.
O IV Domingo da Quaresma recebeu estes nomes
porque assim começava a Antífona de Entrada da Santa Ceia: “Laetare, Ierusalem, (“Alegrai-vos,
Jerusalém, reuni-vos, todos que a amais; regozijai-vos com alegria, vós que
estivestes na tristeza; exultai e sereis saciados com a consolação que flui de
seu seio”, Isaías 6. 10-11).
A cor litúrgica passa do roxo para o
rosa para representar a alegria pela proximidade da Páscoa.
Este domingo, como já foi dito, já
foi chamado também de “Domingo das Rosas”,
pois, na antiguidade, os cristãos costumavam se presentear com rosas no quarto
domingo da quaresma. No século X surgiu a tradição da “Bênção da Rosa” onde
o Papa passou a dar uma rosa de ouro às pessoas consideradas importantes para a
Igreja Católica. Esta tradição permanece até hoje.
As leituras do Quarto domingo da
Quaresma
Primeira
Leitura: A primeira
leitura é Josué 5.9-12. Deus fala com Josué para preparar a grande celebração
da Páscoa. O Povo estava agora na Terra Prometida e iria iniciar a festividade
da lembrança do livramento. O Deus da misericórdia libertou o povo e sustentou
no deserto. Agora o povo iria celebrar a Ação do Senhor, o Pai das
Misericórdias.
Cântico
Responsorial:
O
Cântico Responsorial é o Salmo 34. O Salmista bendiz ao Senhor, pois Deus o
respondeu quando este lhe procurou. Deus o libertou da ansiedade. Ele procurou
o Senhor e este o livrou de todas as suas angústias. É uma Celebração ao Pai
das Misericórdias.
Segunda
leitura:
A
Segunda Leitura é 2 Cor 5,17-21. Paulo escreve aos Coríntios dizendo que “Se alguém
está em Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigas passaram; tudo foi
renovado”. Somos reconciliados com Deus através de Cristo. Em Cristo herdamos o ministério da
reconciliação com o Pai. Jesus toma o nosso pecado e nos dá sua justiça. Agora
temos a reconciliação com o Pai das Misericórdias através do Filho Jesus.
Terceira
Leitura:
A
terceira Leitura é Lucas 15. No início do capítulo o Senhor Jesus está acolhendo publicanos e pecadores
que vieram para lhe ouvir. Com esta atitude acolhedora e inclusiva de Jesus, os
fariseus e escribas começaram a murmurar dizendo: "Este recebe pecadores e come com eles" (2). Jesus
apresenta três parábolas para mostrar a alegria de Deus em acolher o perdido.
Deus é o Pai das Misericórdias. No Evangelho de Lucas temos três parábolas com
a mesma aplicação: a alegria de Deus com o retorno do pecador - parábolas da
ovelha perdida, a dracma perdida e o filho perdido. É o Pai das Misericórdias
que acolhe seu filho e lhe dá a nova chance do recomeço.
Conclusão:
Este
é o “Domingo Laetare”, o domingo da Alegria.
Alegramo-nos pela acolhida que o Pai das Misericórdias. Somos amados e
restaurados em Cristo. Nós preparamos para a alegria da Páscoa.
A
grande felicidade da quaresma é a reconciliação. Mas muitas vezes não nos
lembramos desta graça e nossa vida se entristece novamente. Como diz João-Maria
Vianney (1786-1859), presbítero, Cura de Ars , no 1º sermão sobre a
misericórdia de Deus:
“Ó meu Deus, como é terrível o pecado! Como é
possível que o cometamos? Mas, por muito miseráveis que sejamos, desde que
tomemos a resolução de nos convertermos, [...] as Suas entranhas de
misericórdia são tocadas pela compaixão. Esse terno Salvador corre com a Sua
graça ao encontro dos pecadores, abraça-os, favorecendo-os com as consolações
mais deliciosas. [...] Que momento delicioso! Como seríamos felizes se
tivéssemos a felicidade de o compreender! Mas, infelizmente, não correspondemos
à graça e por isso esses momentos felizes desaparecem”.
Por
isso devemos lembrar sempre: Somos filhos e filhas do Pai das Misericórdias.