quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


3º Domingo da Quaresma
A Espiritualidade do Arrependimento
Rev. Edson Cortasio Sardinha


A Quaresma é uma caminhada espiritual. Uma oportunidade para toda a Igreja fazer um Retiro de Silêncio, oração, santidade e Jejum. No 3º Domingo da Quaresma do ano C, o tema é o Arrependimento.
A conversão só é possível mediante o sincero arrependimento.
A espiritualidade deste domingo nos revela que a Quaresma é uma caminhada possível pelo caminho do arrependimento e contrição.
O Livro de Oração Comum nos ensina a orar dizendo:
“Ó Deus, que sabes quão frágeis somos, guarda-nos a nós, teus servos, defendendo exteriormente nossos corpos de toda a adversidade e purificando interiormente nossas almas de todo mau pensamento; por Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém”.

Leituras do III Domingo da Quaresma:

A primeira leitura é Ex 3.1-8, 13-15.
Este texto fala do encontro de Moisés com Deus no Monte Horebe. Deus aparece num fogo e para falar com Moisés exige santidade: (5) “Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa”. Deus lembra Moisés da Aliança e diz ter visto a aflição do povo Hebreu no Egito. Deus convoca-o para ser o libertador. Moisés inicia seu trabalho de renuncia ao chamado de Deus. Mas o Senhor diz: “Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte”. Deus se apresenta como o grande EU SOU. O Deus eterno.
Deus nos chama para uma grande missão. Esta grande missão tem início com o arrependimento e o reconhecimento da santidade de Deus.

O Cântico Responsorial é o Sl 103.
O Salmista inicia bendizendo ao Senhor. O Senhor é apresentado como aquele que “perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades”.(3). A ação de Deus é fazer justiça ao oprimido. Ele (7) “Manifestou os seus caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel”. O tema é a misericórdia do Senhor (8). “Mas a misericórdia do SENHOR é de eternidade a eternidade, sobre os que o temem, e a sua justiça, sobre os filhos dos filhos” (17). O Salmo termina convidado a congregação a louvar o Senhor.
O Deus rico em misericórdia espera o nosso arrependimento para restaurar nossas feridas e perdoar nossas iniquidades.

A segunda leitura é I Co 10.1-12.
Paulo relata a experiência do povo de Deus no deserto na época de Moisés. O povo teve grande experiência com Deus, (5) “Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no deserto”. Paulo diz que “(6)   ...estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram”. Paulo fala do pecado da idolatria, imoralidade, tentar a Deus e a murmuração. Paulo diz que (11) “ Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado”. Por isso “(12) Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia”.
O único caminho para permanecer em pé é o caminho do arrependimento.

O Evangelho proclamado é Lc 13.1-9.
Alguns homens chegam para Jesus e falam a respeito dos galileus que foram mortos por Pilatos quando ofereciam sacrifícios a Deus. Jesus interrompe dizendo: (2) “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas?” Jesus afirma que todos necessitam de arrependimento. O Senhor fala sobre os dezoito homens que morreram no desabamento de uma Torre em Siloé e afirma: eles não eram mais pecadores. Todos necessitam de arrependimento para não sofrer de igual maneira.
No final o Senhor pronuncia uma parábola sobre a situação de uma figueira que não produzia frutos. O cuidador pede mais tempo para trata-la e se não corresponder ao tratamento, permitirá que a mesma seja arrancada. O Deus misericordioso, em Cristo, trabalha para restaurar nossas vidas. A ação de Deus aguarda nossa resposta através dos frutos do arrependimento.

Conclusão:
Quaresma é um convite a renovação espiritual e ao arrependimento: Esta é a reflexão do religioso Roberto Nentwig: “Estamos no tempo da Quaresma, tempo de cultivar o dom da conversão. Trata-se de um processo que percorre toda a nossa vida. Seguimos a existência procurando nos configurar cada vez mais a Cristo, para sermos como Ele, tendo os seus sentimentos e atitudes, até que tenhamos a estatura do homem perfeito, como nos diz São Paulo em sua carta aos Efésios. Deus na sua bondade é paciente em aguardar a nossa conversão. Poderia nos arrancar e queimar, mas não é o deus da punição, e sim o Deus amor. Mesmo que mereçamos tal sorte, Ele nos diz; “Vou dar mais uma oportunidade; virei em outra ocasião para colher os frutos”. Temos neste tempo mais uma oportunidade. Que frutos o Senhor encontrará?”       (catequeseebiblia.blogspot.com.br).