3º Domingo da Quaresma
A Espiritualidade do Arrependimento
Rev. Edson Cortasio
Sardinha
A Quaresma é uma caminhada
espiritual. Uma oportunidade para toda a Igreja fazer um Retiro de Silêncio,
oração, santidade e Jejum. No 3º Domingo da Quaresma do ano C, o tema é o
Arrependimento.
A conversão só é possível
mediante o sincero arrependimento.
A espiritualidade deste domingo
nos revela que a Quaresma é uma caminhada possível pelo caminho do
arrependimento e contrição.
O Livro de Oração Comum nos
ensina a orar dizendo:
“Ó Deus, que sabes quão frágeis
somos, guarda-nos a nós, teus servos, defendendo exteriormente nossos corpos de
toda a adversidade e purificando interiormente nossas almas de todo mau
pensamento; por Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o
Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém”.
Leituras do III Domingo da Quaresma:
A primeira leitura é Ex 3.1-8, 13-15.
Este texto fala do encontro de Moisés com Deus no Monte Horebe. Deus
aparece num fogo e para falar com Moisés exige santidade: (5) “Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar
em que estás é terra santa”. Deus lembra Moisés da Aliança e diz ter visto a
aflição do povo Hebreu no Egito. Deus convoca-o para ser o libertador. Moisés
inicia seu trabalho de renuncia ao chamado de Deus. Mas o Senhor diz: “Eu serei
contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haveres tirado o
povo do Egito, servireis a Deus neste monte”. Deus se apresenta como o grande
EU SOU. O Deus eterno.
Deus nos chama para uma grande missão. Esta grande missão tem
início com o arrependimento e o reconhecimento da santidade de Deus.
O Cântico Responsorial é o Sl 103.
O Salmista inicia bendizendo ao
Senhor. O Senhor é apresentado como aquele que “perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades”.(3).
A ação de Deus é fazer justiça ao oprimido. Ele (7) “Manifestou os seus
caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel”. O tema é a
misericórdia do Senhor (8). “Mas a misericórdia do SENHOR é de eternidade a
eternidade, sobre os que o temem, e a sua justiça, sobre os filhos dos filhos”
(17). O Salmo termina convidado a
congregação a louvar o Senhor.
O Deus rico em misericórdia espera
o nosso arrependimento para restaurar nossas feridas e perdoar nossas
iniquidades.
A segunda leitura é I Co 10.1-12.
Paulo relata a experiência do povo
de Deus no deserto na época de Moisés. O povo teve grande experiência com Deus,
(5) “Entretanto, Deus não se agradou da maioria
deles, razão por que ficaram prostrados no deserto”. Paulo diz que “(6) ...estas coisas se
tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles
cobiçaram”. Paulo fala do pecado da idolatria, imoralidade, tentar a Deus e a murmuração.
Paulo diz que (11) “ Estas
coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa,
de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado”. Por isso “(12) Aquele,
pois, que pensa estar em pé veja que não caia”.
O único caminho para permanecer em pé é o caminho do
arrependimento.
O Evangelho proclamado é Lc 13.1-9.
Alguns homens chegam para Jesus e
falam a respeito dos galileus que foram
mortos por Pilatos quando ofereciam sacrifícios a Deus. Jesus interrompe
dizendo: (2) “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os
outros galileus, por terem padecido estas coisas?” Jesus afirma que todos
necessitam de arrependimento. O Senhor fala sobre os dezoito homens que
morreram no desabamento de uma Torre em Siloé e afirma: eles não eram mais
pecadores. Todos necessitam de arrependimento para não sofrer de igual maneira.
No final o Senhor pronuncia uma
parábola sobre a situação de uma figueira que não produzia frutos. O cuidador
pede mais tempo para trata-la e se não corresponder ao tratamento, permitirá
que a mesma seja arrancada. O Deus misericordioso, em Cristo, trabalha para
restaurar nossas vidas. A ação de Deus aguarda nossa resposta através dos
frutos do arrependimento.
Conclusão:
Quaresma é um convite a renovação espiritual e ao
arrependimento: Esta é a reflexão do religioso Roberto
Nentwig: “Estamos no tempo da Quaresma, tempo
de cultivar o dom da conversão. Trata-se de um processo que percorre toda a
nossa vida. Seguimos a existência procurando nos configurar cada vez mais a
Cristo, para sermos como Ele, tendo os seus sentimentos e atitudes, até que
tenhamos a estatura do homem perfeito, como nos diz São Paulo em sua carta aos
Efésios. Deus na sua bondade é paciente em aguardar a nossa conversão. Poderia
nos arrancar e queimar, mas não é o deus da punição, e sim o Deus amor. Mesmo
que mereçamos tal sorte, Ele nos diz; “Vou dar mais uma oportunidade; virei em
outra ocasião para colher os frutos”. Temos neste tempo mais uma oportunidade.
Que frutos o Senhor encontrará?” (catequeseebiblia.blogspot.com.br).