quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


Segundo Domingo da Quaresma: A Oração que Transfigura
Rev. Edson Cortasio Sardinha


            No dia 14 de julho de 2012 estava com a família na Terra Santa, na Galiléia, na cidade de Tiberíades. Era um Sábado, dia santo dos Judeus. A cidade estava totalmente parada. Marisa, minha esposa, estava completando seus 43 anos de vida. Pela manhã tivemos a alegria de visitar o Monte Tabor. Pela tradição este monte foi o local da transfiguração. Ali foi construída uma bela igreja e várias capelas para adoração ao Senhor Jesus. É uma montanha linda a 660 km acima do nível do mar. Este local aponta para o mistério do segundo Domingo da Quaresma: A Transfiguração do Senhor.
            No primeiro domingo meditamos sobre a tentação que o Senhor sofreu no deserto. Agora estaremos meditando sobre a  experiência no Monte.
            "Depois da experiência no deserto, temos a experiência na Montanha" (Alberto Beckhãuser).

I. A Oração do II Domingo da Quaresma
            Para este dia o Livro de Oração Comum  nos ensina a clamar a Deus dizendo: "Ó Deus, cuja glória é sempre ser misericordioso, sê benigno para com todos os que se afastaram dos teus caminhos, conduze-os de novo a ti, com corações arrependidos e viva fé, para que se firmem na verdade imutável da tua Palavra, Jesus Cristo, teu Filho, que, contigo e com o Espírito Santo, vive e reina, um só Deus, agora e sempre. Amém".

II. As Leituras do II Domingo da Quaresma
            As leituras do Lecionário Comum nos convida a vida de oração que Transfigura: Gn 15.5-12,17-18 / Sl 27 / Fl 3.17-4.1 / Lc 9.28-36.
            Na primeira Leitura (Gn 15.5-12,17-18 ) Deus promete a Abraão descendência numerosa como as estrela.  Abraão creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça.
            Para certificar Abraão do cumprimento da promessa, Deus exige sacrifício. Abraão prepara o sacrifício, Deus aceita com fogo e faz a aliança dizendo: "À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates".
            É na oração que Abraão tem sua grande experiência com Deus. No Monte da oração Deus faz Aliança com Abraão e promete prosperidade para sua descendência.
            O Cântico responsorial é o Salmo 27. O salmista inicia afirmando a confiança em Deus que afasta o medo (1-5). Fala de seu amor pela casa de Deus. Dos Tabernáculos de Deus vem a alegria e proteção (4-6). O Salmista pede socorro a Deus e livramento (7-12).Termina afirmando sua fé e esperança no Senhor (13-14).
            É na oração que o Salmista tem força para afirmar sua fé e confiança. A casa de Deus é lugar de Oração que trás força e coragem para enfrentar a vida.
            A segunda leitura é Filipenses 3.17 - 4.1. Paulo fala dos inimigos da Cruz de Cristo. São os falsos cristãos que se preocupam apenas com as coisas terrenas. O verdadeiro cristão tem seu tesouro no céu. Paulo orienta a Igreja fixar no Senhor e aguardar sua volta em glória. A igreja agora precisa permanecer "deste modo, firme no Senhor".
            É na Oração que encontramos forças para permanecer firmes no Senhor.
            O Evangelho aclamado é Lucas 9.28-36.  O Evangelho fala da experiência do Senhor no Monte. O Senhor sobe ao monte com o propósito de orar. Para a oração ele leva Pedro, João e Tiago. Na experiência da oração seu rosto "se transfigurou e suas vestes resplandeceram de brancura". Apareceram Moisés e Elias que "falavam da sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém".   Pedro, diante da glória do Monte diz: "Mestre, bom é estarmos aqui; então, façamos três tendas: uma será tua, outra, de Moisés, e outra, de Elias". A grande experiência termina com a voz do Pai que diz: "Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi".
            Com a Oração o Senhor é transfigurado. Subiu ao monte para orar e teve a experiência para preparar seus discípulos para a Semana Santa e a Páscoa (Morte e ressurreição).

Conclusão:
            Na Oração somos Transfigurados. Como escreveu o Frei Alberto Beckhãuser: "Somos convidados a sempre de novo mergulhar em Deus. Sentar-nos no alto do Tabor e ouvi a voz do Pai: Tu és meu Filho muito amado, tu és minha filha muito amada. Assim fortalecidos por momentos de Tabor, podemos descer à planície e acompanhar Jesus até o Monte do Calvário, onde a própria morte será transfigurada".