sábado, 25 de maio de 2013

O Dia da Santíssima Trindade

O Dia da Santíssima Trindade
Rev. Edson Cortasio Sardinha



            No Domingo após o Dia de Pentecostes celebramos o Dia da Santíssima Trindade. Com o Pentecostes termina o Ciclo Pascal e olhando para trás vemos a Trindade presente no Ministério de Cristo.
            “O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Deus se revelou como Pai, Filho e Espírito Santo. Foi Nosso Senhor Jesus Cristo quem nos revelou este mistério. Ele falou do Pai, do Espírito Santo e d'Ele mesmo como Deus. Logo, não é uma verdade inventada pela Igreja, mas revelada por Jesus. Não a podemos compreender, porque o Mistério de Deus não cabe em nossa cabeça, mas é a verdade revelada” (Filipe Aquino).
           
I.                   A Trindade nos Pais da Igreja
            Aos Catecúmenos de Constantinopla, Gregório Nazianzeno (330-379), “o Teólogo”, explicava: “Antes de todas as coisas, conservai-me este bem depósito, pelo qual vivo e combato, com o qual quero morrer, que me faz suportar todos os males e desprezar todos os prazeres: refiro-me à profissão de fé no Pai e no Filho e no Espírito Santo. Eu vo-la confio hoje. É por ela que daqui a pouco vou mergulhar-vos na água e vos tirar dela. Eu vo-la dou como companheira e dona de toda a vossa vida. Dou-vos uma só Divindade e Poder, que existe Una nos Três, e que contém os Três de maneira distinta. Divindade sem diferença de substância ou de natureza, sem grau superior que eleve ou grau inferior que rebaixe [...]. A infinita conaturalidade é de três infinitos. Cada um considerado em si mesmo é Deus todo inteiro [...]. Deus os Três considerados juntos. Nem comecei a pensar na Unidade, e a Trindade me banha em Seu esplendor. Nem comecei a pensar na Trindade, e a unidade toma conta de mim (Or. 40,41).
            O primeiro Catecismo, chamado "Didaqué", do ano 90 dizia: "No que diz respeito ao Batismo, batizai em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo em água corrente. Se não houver água corrente, batizai em outra água; se não puder batizar em água fria, façais com água quente. Na falta de uma ou outra, derramai três vezes água sobre a cabeça, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Didaqué 7,1-3).
            Clemente de Roma, no ano 96, ensinava: "Um Deus, um Cristo, um Espírito de graça" (Carta aos Coríntios 46,6). "Como Deus vive, assim vive o Senhor e o Espírito Santo" (Carta aos Coríntios 58,2).
            Inácio, bispo de Antioquia (morto em 107), mártir em Roma, afirmava: "Vós sois as pedras do templo do Pai, elevado para o alto pelo guindaste de Jesus Cristo, que é a sua cruz, com o Espírito Santo como corda" (Carta aos Efésios 9,1).
            "Procurai manter-vos firmes nos ensinamentos do Senhor e dos Apóstolos, para que prospere tudo o que fizerdes na carne e no espírito, na fé e no amor, no Filho, no Pai e no Espírito, no princípio e no fim, unidos ao vosso digníssimo bispo e à preciosa coroa espiritual formada pelos vossos presbíteros e diáconos segundo Deus. Sejam submissos ao bispo e também uns aos outros, assim como Jesus Cristo se submeteu, na carne, ao Pai, e os apóstolos se submeteram a Cristo, ao Pai e ao Espírito, a fim de que haja união, tanto física como espiritual" (Carta aos Magnésios 13,1-2).
            Justino, mártir no ano 151, escreveu essas palavras ao imperador romano Antonino Pio: "Os que são batizados por nós são levados para um lugar onde haja água e são regenerados da mesma forma como nós o fomos. É em nome do Pai de todos e Senhor Deus, e de Nosso Senhor Jesus Cristo, e do Espírito Santo que recebem a loção na água. Este rito foi-nos entregue pelos apóstolos" (I Apologia 61).
            Policarpo de Esmirna, que foi discípulo de S. João evangelista, mártir no ano 156, declarou: "Eu te louvo, Deus da Verdade, te bendigo, te glorifico por teu Filho Jesus Cristo, nosso eterno e Sumo Sacerdote no céu; por Ele, com Ele e o Espírito Santo, glória seja dada a ti, agora e nos séculos futuros! Amém" (Martírio de Policarpo 14,1-3).
            Teófilo de Antioquia, ano 181, confirmou: "Igualmente os três dias que precedem a criação dos luzeiros são símbolo da Trindade: de Deus [=Pai], de seu Verbo [=Filho] e de sua Sabedoria [=Espírito Santo]" (Segundo Livro a Autólico 15,3).
            Irineu de Lião, ano 189, afirmou: "Com efeito, a Igreja espalhada pelo mundo inteiro até os confins da terra recebeu dos apóstolos e seus discípulos a fé em um só Deus, Pai onipotente, que fez o céu e a terra, o mar e tudo quanto nele existe; em um só Jesus Cristo, Filho de Deus, encarnado para nossa salvação; e no Espírito Santo que, pelos profetas, anunciou a economia de Deus [...]" (Contra as Heresias I,10,1).
            "Já temos mostrado que o Verbo, isto é, o Filho esteve sempre com o Pai. Mas também a Sabedoria, o Espírito estava igualmente junto d'Ele antes de toda a criação" (Contra as Heresias IV,20,4).
            Tertuliano, escritor romano cristão, no ano 210: "Foi estabelecida a lei de batizar e prescrita a fórmula: 'Ide, ensinai os povos batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo'" (Do Batismo 13).
            Agostinho (falecido em 430) dizia que: “O Espírito Santo procede do Pai enquanto fonte primeira e, pela doação eterna deste último ao Filho, do Pai e do Filho em comunhão” (A Trindade, 15,26,47).
II.                A Trindade nos Concílios da Igreja
            Os Concílios da Igreja trabalhou este tema arduamente:     
            "Cremos [...] em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido do Pai como Unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial com o Pai, por quem foi feito tudo que há no céu e na terra. [...] Cremos no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai, com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o qual falou pelos Profetas" (Credo de Nicéia).             Concílio de Nicéia, ano 325,
             “Não professamos três deuses, mas um só Deus em três Pessoas: “A Trindade consubstancial” (II Concílio.  Constantinopla, DS 421).
             “O Pai é aquilo que é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai, o Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus por natureza” (XI Concílio: Toledo, em 675, DS 530).
             “Cada uma das três pessoas é esta realidade, isto é, a substância, a essência ou a natureza divina” (IV Concílio. Latrão, em 1215, DS 804).
            “Pai”, “Filho”, “Espírito Santo” não são simplesmente nomes que designam modalidades do ser divino, pois são realmente distintos entre si: “Aquele que é Pai não é o Filho, e aquele que é o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o Filho” (XI Concílio. Toledo, em 675, DS 530).
            São distintos entre si por suas relações de origem: “É o Pai que gera, o Filho que é gerado, o Espírito Santo que procede” (IV Concílio. Latrão,  em 1215, DS 804).
            A Profissão de Fé de Dâmaso diz:     “Deus é único, mas não solitário” (Fides Damasi, DS 71).
            Estes concílios demonstram o esforço da Igreja dos primeiros séculos para ensinar o grande Mistério de Deus. Este mistério foi ensinado e celebrado pelos Protestantes e conservado nas Igrejas evangélicas da atualidade.
Conclusão:
            A Doutrina da Trindade foi revelada por Jesus e explicada pelos Pais da Igreja. Hoje como Metodistas afirmamos nossa fé nesta herança apostólica.
            João Wesley conservou nos 25 Artigos de Religião esta doutrina dizendo: “Há um só Deus vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo nem partes; de poder, sabedoria e bondade infinitos; criador e conservador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Na unidade desta Divindade, há três pessoas da mesma substância, poder e eternidade - Pai, Filho e Espírito Santo”.

            Celebremos com muita alegria o Dia da Santíssima Trindade.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Pentecostes: Veni Creator Spiritus


Pentecostes
Veni Creator Spiritus
João 14.16,26



Introdução:
            Veni Creator Spiritus (Vinde, Espírito Criador) é um hino  provavelmente composto por Rabano Mauro, no século IX dC e usado por Martinho Lutero como base para o seu coral de Pentecostes com o tema "Vem Deus criador, Espírito Santo” composto em 1524. Os Reformadores sempre celebraram a Festa de Pentecostes na alegria de celebrar a Terceira Pessoa presente na vida da Igreja.
            A Festa de Pentecostes está baseada na Festa dos Judeus. No dia da festa judaica de Pentecostes, o Senhor envia o Espírito Santo e este permanece na Igreja até hoje a auxiliando no cumprimento da missão.
            Pentecostes significa cinquenta dias após a Páscoa.
            Ressurreição, Ascensão e Pentecostes completam a obra de Glorificação de Jesus e a Missão da Igreja.
            É no poder do Espírito Santo que a igreja avança fazendo discípulos e discípulas.

I.                   O Pentecostes do Povo Judeu
            O Povo Judeu celebra o Pentecostes como a Festa da Lei de Deus.
            A Festa de Shavuot (Pentecostes) é uma das maiores festas de peregrinação a Jerusalém e celebra o dia da entrega dos Mandamentos de Deus para Moisés, 50 dias depois de o povo ter saído da escravidão do Egito.
            Esta festa estava associada a Festa da Colheita (Ex 23.14-16 / Ex 13.2).
            Sua data é determinada a partir da Páscoa, pois é celebrada 7 semanas após, no dia seguinte ao sábado. As sete semanas são como uma grande preparação para receber a palavra de Deus.
            As orações do dia destacam a maravilha que é a Palavra de Deus. Neste dia o judeu diz: “A Torah, mais preciosa que o ouro. O Senhor nos deu para ser estudada, Para Ele estar perto de nós e nossas orações serem ouvidas”.
            Para o discípulo a Palavra de Deus é mais preciosa do que o ouro.
            Qual o valor que você tem dado a Palavra de Deus? Tem lido a Bíblia todos os dias ou ela é apenas um enfeite em sua casa?
  
II.                O Pentecostes na Experiência dos Apóstolos
            João batista pregava anunciando que viria o Messias e este batizaria com fogo e com o Espírito Santo (Mt 3.11 / Mc 1.7-8 / Lc 3.16 / Jo 1.33).
            Jesus manda os discípulos permanecerem em Jerusalém até serem revestidos pelo Espírito Santo (Lc 24.49).
            Em Atos 1.5 o Senhor Jesus menciona as Palavras de João referindo-se ao Batismo com o Espírito Santo.
            Ele volta para o Pai no dia da Ascensão, mas promete outro consolador que estaria com a Igreja para sempre (Jo 14.16).
            O Espírito Santo seria enviado em nome de Jesus, pelo Pai. Este consolador lembraria os discípulos de tudo o que Jesus disse. Ele ensinaria todas as coisas (Jo 14.26).
            Os 120 discípulos com Maria e os irmãos de Jesus estão em oração no cenáculo de Jerusalém e são cheios do Espírito Santo (Atos 1.12-14 / Atos 2.1-4). Vem um som como de um forte vento e enche a sala onde estavam. O Espírito Santo vem em forma de fogo sobre a cabeça de cada discípulo, Maria e os irmãos de Jesus.
            Estes falam em outras línguas e pregam o Evangelho aos peregrinos judeus que estavam em Jerusalém para celebrar a Festa de Shavuot (Pentecostes).
            Os peregrinos recebem a Palavra pregada por Pedro e quase 3 mil pessoas são batizadas na mesmo dia (Atos 2.41-47).
            Somente o poder do Espírito pode nos ajudar a fazer novos discípulos e multiplicar nossa célula.
            Você já foi revestido de poder do Espírito Santo?

III.             A Festa Cristã de Pentecostes
            Os cinquenta dias da Páscoa até o Pentecostes constituem a mais antiga celebração do Calendário Cristão, correspondendo ao período do calendário judaico.
            O Cristão Tertuliano (160 – 220dC)  refere-se a esta festa dos cristãos várias vezes. Ele chama de “um longo Domingo de cinquenta dias”.
            A Carta de Atanásio (295 -373 dC) fala de “magna dominica” (Grande Domingo) – onde consequentemente não se pode jejuar nem ajoelhar. Era uma grande solenidade para a Igreja primitiva.
            A Festa de Pentecostes entre os cristãos nasceu por causa da necessidade de instituir uma celebração para destacar o papel do Espírito Santo frente as seitas heréticas que o negavam.
            Hoje comemoramos esta festa destacando a necessidade do Espírito Santo na vida da Igreja e realçando a experiência dos apóstolos.
            Foi próximo a esta data que Wesley teve uma rica experiência do coração aquecido, onde passou a ter a “Fé justificadora” e creu na graça para a redenção completa dos pecados.
            Dia de Pentecostes é a Festa da inauguração da Igreja de Cristo. Ela é inaugurada com a presença do Espírito Santo. Hoje somos edificados orando no Espírito Santo (Jd 1.20).
            Como é sua relação com o Espírito Santo? Você o sente presente todos os dias?


IV.             O Pentecostes e o Discipulado
            A Solenidade de Pentecostes é a plenificação do Mistério Pascal: a comunhão com o Ressuscitado só é completa pelo dom do Espírito, que continua em nós a obra do Cristo e sua presença gloriosa.
            A Igreja Metodista em 2011 instituiu o Dia Nacional do Discipulado justamente no dia de Pentecostes. Neste dia celebramos a grande unção de Deus que permite que façamos discípulos e discípulas para o Senhor Jesus.
            Somente com o poder do Espírito Santo Pedro conseguiu levantar quase 3 mil discípulos através da pregação e do Batismo.
            O Pentecostes é essencial para a vida do discipulado da Igreja (Atos 1.8).
            Você precisa ter uma renovação espiritual com o Espírito Santo?

Conclusão:
            Celebramos a Festa de Pentecostes pedindo ao Senhor que venha controlar nossas vidas, nos dá poder para fazer novos discípulos e crescer na Graça.
            Para que o Espírito Santo possa controlar nossas vidas, necessitamos aceitar Jesus como Senhor e Salvador. Quando estamos totalmente entregues ao Senhor recebemos o revestimento de poder para cumprir a Missão. A graça de Deus nos ajuda na caminhada. Esta graça é a presença constante e ativa do Espírito sobre nossas vidas.
            Devemos orar: Veni Creator Spiritus (Vem Espírito Criador).

 Oração final: : “Ó Deus, que no dia de Pentecostes, ensinaste os fiéis, derramando em seus corações a luz do teu Santo Espírito; concede-nos, por meio do mesmo Espírito, um juízo acertado em todas as coisas, e perene regozijo em seu fortalecimento; pelos méritos de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém”.


Hino "Veni Creator Spiritus"
Vinde Espírito Criador, visitai as almas dos 
vossos fieis e enchei da graça divina os corações
que Vós próprio criastes.
Vós derramais sobre nós os sete dons;
Vós, o dedo da mão de Deus;
Vós, o prometido do Pai;
Vós que pondes nos nossos lábios os tesouros da
Vossa palavra.
Acendei com a Vossa luz a nossa inteligência,
Infundi o Vosso amor nos nossos corações;
E, com o Vosso perpétuo auxílio, 
fortalecei a nossa débil carne.

Em LATIN
Veni Creator Spiritus,
Mentes tuorum visita,
Imple superna gratia,
Quae tu creasti, pectora.
Qui diceris Paraclitus,
Altissimi donum Dei,
Fons vivus, ignis, caritas,
Et spiritalis unctio.
Tu septiformis munere,
Digitus Paternae dexterae,
Tu rite promissum Patris,
Sermone ditans guttura.
Accende lumen sensibus,
Infunde amorem cordibus,
Infirma nostri corporis,
Virtute firmans perpeti.
Hostem repellas longius,
Pacemque dones protinus;
Ductore sic te praevio,
Vitemus omne noxium.
Per te sciamus da Patrem
Noscamus atque Filium;
Teque utriusque Spiritum
Credamus omni tempore.
Deo Patri sit gloria,
Et Filio, qui a mortuis
Surrexit, ac Paraclito
In saeculorum saecula.
Amen.




Festa de Pentecostes
Dia da Vinda Espírito Santo sobre a Igreja
Rev. Edson Cortasio Sardinha
           
        

         Hoje é um grande dia para a Igreja de Cristo: Dia de Pentecostes – Dia da Vinda do Espírito Santo.

            Para véspera de Pentecostes o Livro de Oração Comum nos ajuda a orar dizendo: “Deus Onipotente, neste dia abriste o caminho da vida eterna a toda raça e nação pela dádiva prometida do teu Santo Espírito, espalha este dom pelo mundo inteiro, mediante a proclamação do Evangelho, para que alcance os confins da terra; por Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém”.

            A Oração para o Dia de Pentecostes é a seguinte: Ó Deus, que no dia de Pentecostes, ensinaste os fiéis, derramando em seus corações a luz do teu Santo Espírito; concede-nos, por meio do mesmo Espírito, um juízo acertado em todas as coisas, e perene regozijo em seu fortalecimento; pelos méritos de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém”.

            Os cinquenta dias da Páscoa até o Pentecostes constituem a mais antiga celebração do ano Cristão, correspondendo ao período do calendário judaico entre a Festa dos pães Asmos e a Festa das Primícias.
            Tertuliano (160 – 220dC)  refere-se a esse período várias vezes. Trata-se de um longo Domingo de cinquenta dias.
            A Carta de Atanásio (295 -373 dC) fala de “magna dominica”, grande Domingo – onde consequentemente não se pode jejuar nem ajoelhar.
            Foi somente na segunda metade do século quarto que a Ascensão foi comemorada como evento histórico quarenta dias depois da Páscoa e o Dom do Espírito cinquenta dias depois da Páscoa.
            A Festa de Pentecostes entre os cristãos nasceu por causa da necessidade de instituir uma celebração para destacar o papel do Espírito Santo frente as seitas que o negavam.  
            “A Solenidade de Pentecostes é a plenificação do Mistério Pascal: a comunhão com o Ressuscitado só é completa pelo dom do Espírito, que continua em nós a obra do Cristo e sua presença gloriosa”. (Wagner Augusto Portugal)
            Pentecostes significa cinquenta dias depois da Páscoa. Páscoa que já era para os judeus a festa da libertação. Pentecostes era para os judeus a festa do término da colheita, e por isso tinha um sentido de agradecimento, de alegria pela abundância dos celeiros. Com o decorrer do tempo a Festa de Pentecostes passou a comemorar a promulgação da Lei Mosaica.
            No tempo dos apóstolos muitos peregrinos judeus iam a Jerusalém para agradecer nesse dia a aliança de Deus com a humanidade, com o povo eleito.
            O Pentecostes dos judeus lembra os 50 dias depois da Páscoa que Moisés subiu ao monte Sinai e recebeu os mandamentos de Deus.
            O Pentecostes dos Cristãos lembra os 50 dias depois da Páscoa que Deus escreveu os mandamentos de Deus no coração da Igreja.
            Pentecostes judeu é a festa dos frutos. Pentecostes cristão é a festa da conversão de almas pela unção do Espírito Santo.
            “Com a Ressurreição do Cristo, a Páscoa, a Ascensão e Pentecostes são três tempos de um mesmo mistério: o mistério do Cristo Ressuscitado, que acontece historicamente na Páscoa, se confirma na glória da Ascensão e chega à plenitude na descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, constituindo-os em novo povo de Deus, a comunidade cristã” (Wagner Augusto Portugal).
            Em cada solenidade de Pentecostes, a Igreja reaviva o Espírito que nos foi dado como dom de Deus. Assim, reanimados e fortalecidos, seremos fecundos na gestação do Reino de Deus, levando à plenitude a vida nova recebida pela fé e fazendo novos discípulos e discípulas. 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Casa de Retiro Terra Santa

Este vídeo marca o início da Construção do nosso Mosteiro.
A Casa de Retiro Terra Santa será construída na cidade de Ji-Paraná - RO. Numa chácara de 5 mil metros quadrados.
Um lugar muito lindo.
Veja este vídeo e ore por nós.
com carinho


Edson e Marisa

Festa da Ascensão do Senhor
A Glorificação de Cristo
Lc 24,46-53
 
Rev. Edson Cortasio Sardinha


A Festa da Ascensão do Senhor suscita em nós esperança e alegria.
Neste sétimo domingo da Páscoa oramos:
Ó Deus, Rei da glória, que exaltaste o teu único Filho Jesus Cristo com grande triunfo ao teu celeste reino; suplicamos-te que não nos deixes desconsolados, mas nos envies o teu Santo Espírito para nos confortar e conduzir ao alto e santo lugar, onde nosso Senhor Jesus Cristo já nos precedeu, o qual vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém” (Livro de Oração Comum).
Celebramos hoje a Ascensão do Senhor: Cristo não somente foi ressuscitado pelo Pai, mas também, neste mesmo Espírito, recebeu do Pai, como verdadeiro homem, todo o poder no céu e na terra. É este o sentido da festa de hoje.
Cristo Jesus, ao ressuscitar, saiu da morte e entrou na glória do Pai. A ressurreição e a ascensão são dois momentos, dois aspectos de um único acontecimento: a glorificação do Cristo feito homem e entregue à morte.
Então, qual a diferença entre a ressurreição e a ascensão?
Na ressurreição, contemplamos o Cristo totalmente glorificado pelo Pai na força do Espírito. Toda a sua natureza humana foi divinizada, impregnada pela vida divina, que é o Espírito Santo. É este o mistério da ressurreição. Ao ser glorificado, ele, que é uma pessoa divina, é entronizado com todo o poder no céu e na terra: ele, ressuscitado, é constituído Senhor do universo, Senhor da história, Senhor da nossa vida.
Na ascensão contemplamos Jesus entrando no céu e sendo glorificado a direita do Pai. É isto que a Escritura e a Tradição querem dizer ao afirmar que ele está “sentado à direita de Deus Pai”: Ele tem o mesmo poder do Pai, ele recebeu o senhorio sobre tudo. É este o significado da ascensão.
“Um de nossa raça está dentro da Trindade, um de nossa raça é Senhor do céu e da terra, um de nossa raça é Senhor dos anjos, um de nossa raça está no topo de todas as coisas” (Dom Henrique).
O Evangelho de hoje exprime esta realidade. Os Atos dos Apóstolos também afirmam que Jesus “foi elevado ao céu” “uma nuvem o encobriu, de forma que seus olhos não podiam mais vê-lo”.
Além de subir para o céu, o “subir”, aqui, tem um sentido também qualitativo: “subiu para uma vida superior, para uma plenitude que não é deste mundo. Ele, agora, está totalmente imerso no mundo de Deus. É este o significado da nuvem que o encobre” (Dom Henrique).
Na Ascensão, a glorificação do Senhor Jesus é completada.
Jesus na glória estaria pronto para enviar o Espírito Santo sobre a Igreja para que esta pudesse  caminhar na Missão da Santíssima Trindade. 

A Espiritualidade do 6º Domingo da Páscoa

Rev. Edson Cortasio Sardinha
Estamos caminhando com o Cristo Ressuscitado. Após sua ressurreição, Jesus esteve com os apóstolos 40 dias. Foram dias de preparação para a Missão da Igreja.
As leituras deste domingo são: At 15.2,22-29 / Sl 67 / Ap 21.10-14,22-23 / Jo 14.23-29 e Jo 17.20-26.
Os textos falam da promessa do Espírito Santo e a liturgia nos prepara para a bendita ascensão do Senhor que é comemorada na próxima quinta-feira e celebrada no domingo seguinte.
Já estamos nos despedindo deste maravilhoso período litúrgico e aguardando a vinda do Espírito.
            Em Jerusalém existe uma capela chamada Capela da Ascensão. Esta é uma pequena igreja onde está a relíquia chamada rocha da Ascenção de Jesus, e, a fictícia marca do seu pé cravada na pedra. O local é gerido e mantido por muçulmanos, já que o recinto está dentro de uma mesquita. No passado era o local de uma grande igreja. Desta igreja ficou apenas a Capela. Todos os anos há uma permissão muçulmana para a celebração de uma vigília e uma missa franciscana pela ascensão do Senhor na quinta-feira da sexta semana da Páscoa.
            Para o sexto domingo da Páscoa o livro de Oração Comum, sugere a seguinte prece (Coleta): Pai eterno, o teu reino vai além do espaço e do tempo; concede que neste mundo de constantes mutações nos fixemos naquilo que permanece para sempre. Mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.
            Para a véspera da ascensão, quarta-feira à noite, temos a seguinte coleta: “Pai eterno, teu Filho subiu aos céus e tem autoridade neste e no mundo futuro; dá-nos a fé de saber que Ele vive na sua Igreja sobre a Terra, e que no fim dos tempos todo o mundo verá a sua glória; o qual vive e reina, contigo e com o Espírito Santo um só Deus, agora e sempre. Amém.”
Na quinta-feira, Dia da Ascensão, a oração segue desta forma: “Senhor soberano, teu Filho ascendeu em triunfo para governar todo o universo em amor e glória; faz que todos os povos reconheçam a autoridade do seu reino. Mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém”.
Celebraremos a Ascensão no próximo domingo e nos prepararemos para o Dia de Pentecostes que será no domingo seguinte finalizando assim o tempo da Páscoa.
Que esta sexta semana da Páscoa prepare o nosso coração para viver integralmente o discipulado indicado pelo Senhor Jesus.
Jesus ressuscitou! Ressuscitou realmente!