Neste sétimo domingo da
Páscoa oramos:
“Ó
Deus, Rei da glória, que exaltaste o teu único Filho Jesus Cristo com grande
triunfo ao teu celeste reino; suplicamos-te que não nos deixes desconsolados,
mas nos envies o teu Santo Espírito para nos confortar e conduzir ao alto e
santo lugar, onde nosso Senhor Jesus Cristo já nos precedeu, o qual vive e
reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém”
(Livro de Oração Comum).
Celebramos hoje a
Ascensão do Senhor: Cristo não somente foi ressuscitado pelo Pai, mas também, neste mesmo
Espírito, recebeu do Pai, como verdadeiro homem, todo o poder no céu e na
terra. É este o sentido da festa de hoje.
Cristo Jesus, ao
ressuscitar, saiu da morte e entrou na glória do Pai. A ressurreição e a
ascensão são dois momentos, dois aspectos de um único acontecimento: a
glorificação do Cristo feito homem e entregue à morte.
Então, qual a diferença
entre a ressurreição e a ascensão?
Na ressurreição,
contemplamos o Cristo totalmente glorificado pelo Pai na força do Espírito.
Toda a sua natureza humana foi divinizada, impregnada pela vida divina, que é o
Espírito Santo. É este o mistério da ressurreição. Ao ser glorificado, ele, que
é uma pessoa divina, é entronizado com todo o poder no céu e na terra: ele,
ressuscitado, é constituído Senhor do universo, Senhor da história, Senhor da
nossa vida.
Na ascensão contemplamos
Jesus entrando no céu e sendo glorificado a direita do Pai. É isto que a
Escritura e a Tradição querem dizer ao afirmar que ele está “sentado à direita
de Deus Pai”: Ele tem o mesmo poder do Pai, ele recebeu o senhorio sobre tudo.
É este o significado da ascensão.
“Um de nossa raça está
dentro da Trindade, um de nossa raça é Senhor do céu e da terra, um de nossa
raça é Senhor dos anjos, um de nossa raça está no topo de todas as coisas” (Dom
Henrique).
O Evangelho de hoje exprime
esta realidade. Os Atos dos Apóstolos também afirmam que Jesus “foi
elevado ao céu” e “uma nuvem o encobriu, de forma que seus
olhos não podiam mais vê-lo”.
Além de subir para o
céu, o “subir”, aqui, tem um sentido também qualitativo: “subiu para uma vida
superior, para uma plenitude que não é deste mundo. Ele, agora, está totalmente
imerso no mundo de Deus. É este o significado da nuvem que o encobre” (Dom
Henrique).
Na Ascensão, a
glorificação do Senhor Jesus é completada.
Jesus na glória estaria
pronto para enviar o Espírito Santo sobre a Igreja para que esta pudesse caminhar na Missão da Santíssima Trindade.