sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal nos Mosteiros


Natal nos Mosteiros

A tradição da celebração do Natal não é nova.
A data do dia 25 do dezembro foi fixada pelos romanos não cristãos para celebrar o nascimento do sol Natalis solis invicti. Eles só começaram a celebrar essa data no ano 274 d.C. Nesse período, a igreja estava passando pelos seus últimos e terríveis dias de perseguição. O paganismo estava ainda forte, e esta foi uma estratégia para apagar as raízes do Cristianismo e formar raízes religiosas nos pagãos.
Em 336 d.C, 62 anos depois, a Igreja de Roma incluiu no calendário Filocaliano a celebração do Natal Cristão no dia 25 de dezembro.
Como o Edito do Tolerância de Constantino em 313 d.C., que deu liberdade religiosa aos cristãos, abriu as portas para a evangelização, a Igreja procurou diversas estratégias, dentro de sua limitação, para colocar Jesus como o Soberano das Nações, o Deus encarnado.
Como a provocação de 274 d.C. deu certo para o lado dos pagãos, agora a igreja, gozando de liberdade, toma posse da data e proclama Jesus Cristo o Sol da Justiça, baseado em Malaquias 4.2.
O Natal é uma das mais belas celebrações litúrgicas dos mosteiros cristãos. Atualmente, nos mosteiros, a solenidade do natal acontece durante todo o dia 24 de dezembro. Há uma preparação espiritual. A festa é bem preparada. Os cânticos e leituras já foram passadas e ensaiadas.
Quando  chegam as Vésperas do dia 24 de dezembro, próximo das 18 horas, tem início as procissões e a celebração do nascimento de Cristo. Há um profundo silêncio.
O Natal tem início nas Vésperas do dia 24. A cor roxa é substituída pelo amarelo ouro. Alguns preferem a cor branca, mas o amarelo ouro fala mais da glória e majestade do menino de Belém.
Os monges e o Abade estão paramentados. A procissão é solene. As leituras e cânticos introduzem ao mistério que nos leva a Belém. É um retorno Sagrado que só a liturgia tem o poder de nos introduzir. Saímos do tempo Cronos e entramos no Tempo Mistério. O Silêncio é aos poucos quebrado com cânticos solenes.
No sagrado Livro de Oração Comum os monges protestantes oram com reverência:

Ó Deus, todos os anos nos alegras com a lembrança do nascimento de Teu Filho; ajuda-nos a recebê-lo pela fé como nosso redentor, e dá-nos a graça de o contemplarmos sem temor no dia em que vier como nosso juiz. Mediante o mesmo Jesus Cristo, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

A Antífona é repetida: Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todas as terras (Sl 96:1)
O Evangelho é aclamado: “O anjo disse aos pastores: Hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” (Lc 2:11)
            As Leituras são ouvidas como Palavra do Senhor. O Povo escuta: Is 11:1-9; Sl 96; Rm 1:1-7 ou Gl 4:4-7; Lc 2:1-7.
            Ocorre uma entrada santa. Os santos adoram a Jesus. Escutam a Palavra proclamada. Cantam ao Amado. Oram ao amado. Voltam em procissão. Vão ao claustro e depois na sala de jantar, tomam com alegria a Ceia da Noite de Natal.
            Em alguns países europeus preferem o silêncio e o jejum na vigília de Natal.
           
            O Mosteiro tem as luzes apagadas e os monges recolhem na noite na espera da grande oração das matinas.  A celebração do nascimento de Jesus é festiva e solene a meia noite. A tradição solenidade do Galo. Um momento de recolhimento e oração.
           
O dia 25 de dezembro é uma data de muita alegria nos mosteiros. Existe um ar de festa pela chegada do Senhor.
            Jesus não nasce novamente. O Bebe não é venerado. Não adoramos o boneco do presépio. Adoramos Jesus, morto e ressuscitado. Jesus que nasceu para ser o nosso Salvador. A liturgia nos leva ao menino e a Belém, e adoramos ao Senhor vivo em Glória.
            Só conseguimos entender a riqueza do natal olhando pelo prisma da Páscoa. A visão tem que ser pascal. Somente a morte e a ressurreição de Cristo, “o mistério de Deus”, justificam a Encarnação. Jesus encarna para Salvar (Mt 1.21). Ele é a Alegria para todo o povo. Nasceu o Salvador e Senhor.

            Com o Livro de Oração Comum, os monges protestantes oram reverentemente na manhã do dia 25 de dezembro:

Deus Onipotente, que nos deste teu unigênito Filho para que tomasse sobre si a nossa natureza, e nascesse neste tempo de uma Virgem pura; concede que nós, renascidos e feitos teus filhos por adoção e graça, sejamos de dia em dia renovados por teu Santo Espírito; mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Ó Deus, que fizeste esta noite santa brilhar com a verdadeira luz; concede a nós que conhecemos o mistério dessa luz sobre a terra, tenhamos no céu o gozo perfeito de sua presença, onde contigo e com o Espírito Santo vive e reina um só Deus, agora e sempre. Amém.

Os monges na manhã do Natal voltam a escutar o profeta Isaías que diz: Um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. (Is 9:6)
            A Celebração do mosteiro é preparada com muita festa, simplicidade, espiritualidade e contrição.
            É uma oportunidade para o protestante parar e rever sua vida. Voltar a Belém e pensar na Sagrada singeleza do Cristo rei que veio como pobre.
            O Mosteiro então apaga suas luzes e caminha na luz do Cristo que nasceu.
                        Os Sinos batem...
                                    Nasceu Jesus.

Rev. Edson Cortasio Sardinha

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Dia de João da Cruz

       

João da Cruz ficou conhecido como "doutor místico". Nasceu em Fontiveros, na Espanha, em 1542. Seus pais, Gonçalo e Catarina, eram pobres tecelões. Gonçalo morreu cedo e a viúva teve de passar por dificuldades enormes para sustentar os três filhos: Francisco, João e Luís, sendo que este último morreu quando ainda era criança. 
       Como João de Yepes (era este o seu nome de batismo) mostrou-se inclinado para os estudos, a mãe o enviou para o Colégio da Doutrina. 
       Em 1551, os padres jesuítas fundaram um colégio em Medina (centro comercial de Castela). Nele, João estudou Ciências Humanas. 

       Com 21 anos, sentiu o chamado à vida religiosa e entrou na Ordem Carmelita, na qual pediu o hábito. Nos tempos livres, gostava de visitar os doentes nos hospitais, servindo-os como enfermeiro. Ocasião em que passou a ser chamado de João de Santa Maria. 
       Devido ao talento e à virtude, rapidamente foi destinado para o colégio de Santo André, pertencente à Ordem, em Salamanca, ao lado da famosa Universidade. 
       Ali estudou Artes e Teologia. Foi nesse colégio nomeado de "prefeito dos estudantes", o que indica o seu bom aproveitamento e a estima que os demais tinham por ele. Em 1567 foi ordenado sacerdote.

       Desejando uma disciplina mais rígida, João da Cruz quase saiu da Ordem para ir ingressar na Ordem dos Cartuxos, mas, felizmente, encontrou-se com a reformadora dos Carmelos, Teresa D'Ávila, a qual havia recebido autorização para a reforma dos conventos masculinos. 
       João, empenhado na reforma, conheceu o sofrimento, as perseguições e tantas outras resistências. Chegou a ficar nove meses preso num convento em Toledo, até que conseguiu fugir.
       Dessa forma,  João transformou, em Deus e por Deus, todas as cruzes num meio de santificação para si e para os irmãos. 
       Três coisas pediu e acabou recebendo de Deus: primeiro: força para trabalhar e sofrer muito; segundo: não sair deste mundo como superior de uma comunidade; e terceiro: morrer desprezado e escarnecido pelos homens. 
       Foi Pregador, místico, escritor e poeta. Faleceu após uma penosíssima enfermidade, em 1591, com 49 anos de idade. 
       Escreveu obras bem conhecidas como: Subida do Monte Carmelo; Noite escura da alma (estas duas fazem parte de um todo, que ficou inacabado); Cântico espiritual e Chama viva de amor. 
       João da Cruz é o Doutor Místico, o representante principal da mística no mundo, a figura mais ilustre da cultura espanhola e uma das principais da cultura universal. 
       Foi um grande pregador do Evangelho que reuniu com muita sabedoria o Conhecimento com a Piedade. Discípulo perseguido, mas fiel aos princípios do Evangelho.
       Um exemplo em sua vida de santidade e disciplina para nós protestantes.

Assista o filme São João da Cruz. 






Fonte de pesquisa: http://www.cancaonova.com/portal/canais/santodia/index.php?dia=14&mes=12

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Tempo do Advento

Estamos no Advento.
Este tempo exige preparação, contrição e leitura da Vida.
Não é período de Festa, e sim de Oração de Retiro. 
A Festa está no Encontro com Cristo, mas este Encontro exige um coração convertido ao Senhor.
Este Vídeo é das irmãs enclausuradas do Mosteiro Santa Clara. Elas interpretam a música "Maria é a mãe de Jesus de Nazaré" (Vladimir Silva) e "Jesus Nasceu" (Vladimir Silva), no Concerto para o advento. O coro é regido por Vladimir Silva e acompanhado por Einstein Felinto (teclado) e Gustavo Gomes (sax).

Escute em Oração e se prepare para o Encontro com Jesus.
natal é Encontro.