De Volta ao Tempo Comum
Rev.
Edson Cortasio Sardinha
Com
a Festa do Dia de Pentecostes retornamos ao Tempo Comum. Serão no total 34
Semanas e terminará no dia 29 de novembro, vésperas do primeiro Domingo do
Advento.
“Tempo
comum”, “Tempo ordinário” ou “Tempo durante o ano” são três designações para o
período de cerca de dois terços de todo o ano litúrgico (33 ou 34 semanas) e
que tem como característica própria celebrar o mistério de Cristo na sua
globalidade, em vez de se centrar numa dimensão desse mesmo mistério de Cristo.
O
Tempo Comum começa na segunda-feira a seguir ao domingo que ocorre depois do
dia 6 de Janeiro e prolonga-se até à terça-feira antes da Quaresma inclusive;
retoma-se na segunda-feira a seguir ao Domingo do Pentecostes e termina antes
das Vésperas do primeiro Domingo do Advento.
O que caracteriza este longo tempo
litúrgico é a celebração do mistério de Cristo na sua globalidade,
especialmente nos Domingos.
Esta
globalidade significa que a manifestação do Senhor não se celebra
exclusivamente no ciclo natalício, mas continua no Tempo comum; significa que a
Páscoa não se celebra apenas no ciclo próprio, mas que ilumina toda a
existência cristã ao longo do ano; significa que toda a vida de Cristo, com a
salvação que traz e torna presente, acompanha a vivência cristã de todo o ano
litúrgico. Todo domingo é Páscoa do Senhor.
É na celebração do Domingo, Dia do
Senhor e “Páscoa semanal”, que o Tempo comum encontra o seu centro
significativo. Ora, os Domingos do Tempo comum são aqueles que se podem
considerar os Domingos no seu estado mais puro: Páscoa semanal e primeiro dia
da semana, que dá sentido à vivência de toda a semana.
Antes da
Igreja celebrar o Natal ou a Páscoa cristã, ela celebrava todos os domingo o
Tempo Comum. Isso significa que todo domingo é festa que celebra o nascimento,
morte e ressurreição de Jesus.
Nos domingos do Tempo Comum, as
leituras do Evangelho apresentam Jesus na normalidade quotidiana dos seus
gestos e dos seus ensinamentos. Os textos evangélicos aparecem-nos, assim, como
a grande escola dos discípulos de Cristo, dos cristãos, que acompanham o Mestre
e O escutam no dia a dia; que procuram configurar as suas vidas com a do
próprio Cristo. O Tempo comum é tempo de amadurecimento da vivência da fé.
Todas
as ações da Igreja, seja no Tempo Comum ou nos Ciclos do Natal e Páscoa,
deverão visar o discipulado.
A
Igreja morre quando deixa de fazer novos discípulos e discípulas. Nossa Missão
é semear a justiça e a paz através de um forte comprometimento com a Palavra do
Senhor que nos manda fazer discípulos de todas as nações (Mt 28.19).