domingo, 23 de dezembro de 2012

A Liturgia do Natal


A Liturgia do Natal
Rev. Edson Cortasio Sardinha


            A Celebração do Natal tem início na Oração das Vésperas do dia 24 de dezembro e dura até o sábado antes da Epifania (Celebração da Manifestação do Senhor) ou até a véspera do dia 05 de janeiro.
            As celebrações litúrgicas na noite de 24 de dezembro são prolongadas para a grande festividade do dia 25. Infelizmente com o tempo o Natal foi sendo secularizado e em algumas casos substituídos por festas pagãs ou até mesmo festa judaicas como o Chanuká.
           
I. Natal ou Chanuká ( hannukkah)
            Algumas igrejas evangélicas, influenciadas pelo Judaísmo tem celebrado o Chanuká no lugar do Natal do Senhor.
            Chanuká é uma festa judaica. Os judeus guardam o feriado por oito dias em honra a vitória histórica dos Macabeus e ao milagre do óleo. A palavra hebraica Chanuká quer dizer "dedicação." Esta festa está relacionada a um acontecimento do segundo século antes de Cristo, quando poucos lutadores judeus, após vencerem os Siros, entraram em Jerusalém em dezembro, 164 A.C. O Templo Sagrado estava destruído, sujo e profanado por soldados gregos. Eles limparam o Templo e reinauguraram-no no 25° dia do mês judaico de Kislev (equivale ao mês de dezembro). Quando chegou o  tempo de iluminar novamente a Menorá, eles procuraram no Templo inteiro, mas só encontraram um jarro pequeno de óleo com a autentificação do Sumo-Sacerdote. Segundo a lenda, milagrosamente, o pequeno jarro de óleo queimou por oito dias, até que um novo suplemento de óleo pôde ser trazido. Daí em diante, os judeus guardam o feriado por oito dias em honra à histórica vitória  e ao milagre do óleo. Assim nasceu a festa do Chanuká (aishbrasil.com.br).
            O que esta festa tem haver com o nascimento de Jesus? Absolutamente nada. A Chanuká não significa o Natal do Senhor.       Estas igrejas modernas voltaram a tradição judaica por desconhecer a liturgia e a história da Igreja e também para tentar se afastar da herança litúrgica da Igreja latina que apesar de vários erros doutrinários, conservou uma matriz rica e  histórica na liturgia.

II. Porque Comemoramos o Natal no dia 25 de dezembro?
            A data do 25 do dezembro foi fixada pelos pagãos para celebrar o nascimento do sol Natalis solis invicti. Os pagãos só começaram a celebrar essa data no ano 274 d.C. Nesse período, a igreja estava passando pelos seus últimos e terríveis dias de perseguição. O paganismo estava ainda forte, e esta foi uma estratégia para apagar as raízes do Cristianismo e formar raízes religiosas nos cristãos.
            Em 336 d.C, 62 anos depois, a Igreja de Roma incluiu no calendário Filocaliano a celebração do Natal Cristão no dia 25 de dezembro. Como o Edito do Tolerância de Constantino em 313 d.C., que deu liberdade religiosa aos cristãos, abriu as portas para a evangelização, a Igreja procurou diversas estratégias, dentro de sua limitação, para colocar Jesus como o Soberano das Nações, o Deus encarnado.
            Como a provocação de 274 d.C. deu certo para o lado dos pagãos, agora a igreja, gozando de liberdade, toma posse da data e proclama Jesus Cristo o Sol da Justiça, baseado em Malaquias 4.2.
            Na oratória de implantação do Evangelho, a frase era: “Vamos celebrar o Nascimento do nosso Rei no dia 25 de dezembro. O deus Sol está destronado”.
            Além de ser uma afronta ao paganismo, foi uma estratégia para colocar Jesus no centro da vida social e derrubar os sentimentos religiosos antigos do novo convertido.

III. As Orações do Natal
            O Livro de Oração Comum apresenta orações para a véspera e o Dia de Natal.
            Na Vigília de Natal dizemos: "Ó Deus, todos os anos nos alegras com a lembrança do nascimento de Teu Filho; ajuda-nos a recebê-lo pela fé como nosso redentor, e dá-nos a graça de o contemplarmos sem temor no dia em que vier como nosso juiz. Mediante o mesmo Jesus Cristo, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém".

            Para o Dia de Natal existem duas orações próprias: "Deus Onipotente, que nos deste teu unigênito Filho para que tomasse sobre si a nossa natureza, e nascesse neste tempo de uma virgem; concede que nós, renascidos e feitos teus filhos por adoção e graça, sejamos de dia em dia renovados por teu Santo Espírito; mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém".
            "Ó Deus, que fizeste esta noite santa brilhar com a verdadeira luz; concede a nós que conhecemos o mistério dessa luz sobre a terra, tenhamos no céu o gozo perfeito de sua presença, onde contigo e com o Espírito Santo vive e reina um só Deus, agora e sempre. Amém".

IV. As Leituras de Natal - Anos A, B e C
            O Lecionário Comum - Ano C, lemos Isaías 9.1-6, Salmo 96, Tito 2.11-14 e Lucas 2.1-14.
            O profeta Isaías (9.1-6) diz que uma luz resplandeceu para o povo que andava em trevas. Deus aumentou a alegria do povo pois quebrou o jugo. Tudo isso porque um "menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz".
            O Salmo 96 nos convoca a cantar um novo cântico de alegria. Um cântico pela a alegria do Senhor que vem. Jesus nasceu e precisamos  cantar ao Senhor e proclamar a sua salvação, dia após dia.
            Para Tito (2.11-14) Paulo diz que a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Esta é a alegria. A nossa salvação. Este é o Natal de Cristo que foi concluído em sua morte e ressurreição. Hoje aguardamos a " bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, 14   o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras".
            O Evangelho de Lucas 2.1-14 narra a alegria do maravilhoso nascimento de Jesus em Belém numa manjedoura. Esta manjedoura serve de sinal para os pastores dos campos de Belém. A mensagem é de alegria. O Anjo diz aos pastores: "Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.        Natal é tempo de alegria da salvação.

Conclusão:
            Devemos transformar nossa igreja e nossas casas numa nova Belém. Ver novamente o Salvador nascendo e deixar ele transformar nossas vidas em lugar de justiça, fraternidade e amor.
            Este foi o esforço de Francisco de Assis narrado por Tomás de Celano sobre o Natal em Greccio, na Itália:

  "Quinze dias antes do Natal, Francisco disse  «Quero evocar a memória do Menino que nasceu em Belém e de todos os sofrimentos que padeceu desde a Sua infância. Quero vê-Lo, com os meus olhos carnais, tal como Ele estava, deitado numa manjedoura, dormindo sobre o feno, entre uma vaca e um burro». Chegou o dia da alegria. [...] Convocaram-se os irmãos de vários conventos dos arredores. Segundo as possibilidades de cada um, com a alma em festa, o povo dos campos, homens e mulheres, prepararam tochas e círios para iluminar essa noite em que se elevou a estrela cintilante que ilumina todos os séculos. Ao chegar, Francisco viu que tudo estava pronto e alegrou-se muito. Tinham trazido uma manjedoura e feno; também tinham trazido uma vaca e um burro. Ali valorizava-se a simplicidade, era o triunfo da pobreza, a melhor lição de humildade: Greccio tinha-se tornado uma nova Belém. A noite fez-se luminosa como o dia e deliciosa quer para os animais quer para os homens. Multidões acorreram e a renovação do mistério reavivou a alegria. Os bosques ressoavam com os cânticos; as montanhas repercutiam ecos. Os irmãos cantavam os louvores do Senhor e toda a noite foi repleta de alegria. Francisco passou o serão de pé diante do presépio, pleno de compaixão e cheio de uma alegria inexprimível. Por fim, celebraram a missa com a manjedoura a fazer de altar e o sacerdote sentiu um fervor nunca antes experimentado. Depois pregou ao povo e encontrou palavras doces como o mel para falar do nascimento do pobre Rei e da pequena aldeia de Belém". ( Tomás de Celano - Primeira Vida, 84, 86).

sábado, 22 de dezembro de 2012

IV Domingo do Advento


IV Domingo do Advento
Bem-aventurados os que creem
Rev. Edson Cortasio Sardinha



            A Espiritualidade do Quarto Domingo do Advento trabalha  chegada do Natal do Senhor e a alegria daquele que crê. Os textos falam da preparação final para a chegada do Cristo em Belém. O Culto é uma plataforma para o estabelecimento do Príncipe da Paz entre nós.
            No primeiro domingo do Advento fomos orientados sobre a Volta do Senhor. Para o encontro com Cristo precisamos passar pelo instrumento do arrependimento como nos ensinou o segundo Domingo do Advento. Com o perdão e a certeza da Salvação nos alegramos no Senhor. O tema do terceiro Domingo foi a alegria (Gaudete em Latim).
            Hoje, no quarto domingo do Advento iremos contemplar a esperança dos profetas, a encarnação do Verbo e a Alegria de Maria em seu encontro com Isabel.  "Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor". Lc 1.45.  

I. A Oração do IV Domingo do Advento
            Como o Evangelho fala da visitação de Maria a Isabel, a oração do "Livro de Oração Comum" clama a visitação diária de Deus em nossas vidas nos purificando, para que Cristo, quando voltar, possa encontrar morada em nosso meio.

         "Ó Deus Onipotente, purifica a nossa consciência com tua visitação diária, para que o teu Filho Jesus Cristo, na sua vinda em glória, encontre em nós a morada preparada para Si; o qual vive e reina contigo, na unidade do Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém".

II. As Leituras do IV Domingo do Advento
            Estamos no Ano C do Lecionário Comum. No Ano C as leituras do Evangelho aos domingos irá privilegiar o Evangelista Lucas. Os textos lidos são: Miquéias 5.1-4, Salmo 80, Hebreus 10.5-10 e Lucas 1.39-45.
            Esta é a mensagem do IV Domingo do Tempo do Advento: Miquéias - "nascerá em Belém um rei eterno". Salmo - "este rei vem para nos restaurar e salvar". Hebreus - "é um rei que se encarnou para nos salvar mediante o sacrifício do seu corpo". Lucas - "e nós cremos nesta salvação e nas palavras do Senhor, por isso somos bem-aventurados". Tema do IV Domingo do Advento: "Bem-Aventurados os que creem".

            Primeira Leitura: Miquéias 5.1-4. Em um contexto de crise, Miquéias profetiza a vinda do príncipe da Paz. Ele profetiza que apesar da pequenez  da cidade de Belém, de lá sairá "o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade". Em Belém nasceria o que sempre existiu. Jesus é a segunda pessoa da santíssima trindade. É o Deus Filho. É Eterno.
            O Senhor nascerá e reunirá os salvos num reino de unidade (5.3)  "Portanto, o SENHOR os entregará até ao tempo em que a que está em dores tiver dado à luz; então, o restante de seus irmãos voltará aos filhos de Israel".
            Assim será o reino do Messias que nascerá em Belém: (5.4)   "Ele se manterá firme e apascentará o povo na força do SENHOR, na majestade do nome do SENHOR, seu Deus; e eles habitarão seguros, porque, agora, será ele engrandecido até aos confins da terra".
            Miquéias deixa claro que Jesus nasceria em Belém e reinaria eternamente trazendo paz e segurança aos que creem.

            O Cântico Responsorial: Salmo 80. O Salmista clama a salvação de Deus (2):  "...desperta o teu poder e vem salvar-nos". O nome Jesus significa "Salvação de Deus". Este Salmo aponta para o ação de Jesus Cristo em salvar o seu povo. O Salmista afirma a fé de que só o Senhor pode trazer a restauração (3): "Restaura-nos, ó Deus; faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos". A restauração trará conversão, vida e santidade (18): "E assim não nos apartaremos de ti; vivifica-nos, e invocaremos o teu nome".
            Jesus nasceu para ser o nosso Restaurador e Salvador. O Salmo profetiza que somente Deus pode nos salvar e o Natal é a certeza de que Deus enviou seu filho com este único propósito.

            Segunda Leitura: Hebreus 10.5-10.  A Carta aos Hebreus expõe a encarnação de Cristo como oferta de Deus pelos nossos pecados. Como os Sacrifícios e Ofertas não eram suficientes para resolver o pecado humano, mas apenas sombras do Sacrifício maior de Deus, Jesus se coloca como o Deus encarnado para realizar a vontade do Pai (5,6): "Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste; não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado".  Em Cristo foi removido o antigo pacto da lei e estabelecido um novo pacto no Sangue de Jesus (9). "Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo".
            O Natal é a encarnação de Cristo como oferenda de Deus, no corpo do seu Filho, para nos salvar (10). "Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas".
            Em Belém nasceu o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

            Terceira Leitura: Proclamação do Evangelho de Lucas 1.39-45. O Evangelho de Lucas narra o encontro de Maria com Isabel. Segundo a tradição este encontro se deu em Ein Karem na Região montanhosa da Judéia. Hoje neste local existe uma belíssima Igreja construída pelo Arquiteto Antônio Barluzzi que recorda o mistério envolvido neste encontro. A Igreja da Visitação tem, em seu pátio de entrada o Cântico de Maria, "O magnificat" em vários idiomas.
            O Evangelho diz que Maria foi "apressadamente à região montanhosa, a uma cidade de Judá".  O Anjo Gabriel fala a Maria que Isabel na velhice recebeu a bênção de ser mãe. Maria vai a casa de Isabel não apenas para verificar o milagre, mas para receber o consolo de Deus. Maria é uma adolescente virgem e grávida. Estava debaixo de várias pressões. Por isso que Deus usa as palavras de Isabel para trazer confirmação a obra divina iniciada em Maria. A confirmação vem logo que Maria saúda Isabel e esta fica "possuída do Espírito Santo". Cheia do Espírito Isabel exclama em alta voz: "Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre! E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor? (42-43).
            Com a saudação de Maria, João estremece de alegria no ventre de Isabel. Maria é confortada em sua fé. Isabel diz: (45) "Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor".
            O Natal é tempo de muita alegria para os que creem. Cremos na encarnação de Deus e somos bem-aventurados. Como Maria, veremos cumpridas as palavras do Senhor em nossa vida.

Conclusão:
            O Advento nos preparou para a chegada do Natal. Mas também capacitou-nos um pouco mais para o encontro com o Senhor que virá.
            Termino este texto sobre o IV domingo do Tempo do Advento com as palavras do cristão Guerric de Igny (1080-1157 dC), abade cisterciense em seu 2º Sermão para o Advento:
      
       "A verdade, meus irmãos, é de espírito exultante que temos de ir ao encontro de Cristo que vem. Com que condescendência saúdas os Teus servos e, mais ainda, os salvas! Tu deste-nos a salvação, não apenas por palavras de paz, mas pelo beijo da paz, isto é, unindo-Te à nossa carne; e salvaste-nos pela Tua morte na cruz.» Que o nosso espírito exulte, pois, num transporte de alegria, que corra a receber o seu Salvador que vem de longe, aclamando-O com estas palavras: «Senhor, salva-nos! Senhor, dá-nos a vitória! Bendito o que vem em nome do Senhor!» (Sl 117,25-26).         

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Organograma da ASSEB

 Asseb - (Amici, Servi Servorum, Evangelicis Bene  =  Ordem Evangélica dos  Amigos, Servos dos Servos, praticantes do Bem") A Ordem que abriga os três ramos dos aliançados com o movimento protestante de oração, contemplação e estudo do monasticismo e da Liturgia;


Ordem Evangélica dos Servos Intercessores - OESI - . Pessoas consagradas, casadas ou solteiras, que vivem no Mosteiro Evangélico do Senhor Jesus, para interceder e manter o espaço de oração (Monges);

Franciscanos seculares - OEFS - Pessoas aliançadas, casadas ou solteiras,  que vivem e estudam o carisma franciscano/protestante em suas atividades seculares (Oblatos)

Assebianos Seculares - OAS - Pessoas, casadas ou solteiras, que estão aliançadas com  todos os projetos da ASSEB, mas que vivem em suas atividades seculares (Oblatos);



quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Advento

2º Domingo do Advento
"Arrependa-se"
Rev. Edson Cortasio Sardinha


Introdução:
            O primeiro domingo do Advento anunciou que o Senhor Jesus voltará. As profecias foram cumpridas com relação ao seu primeiro Advento e se cumprirão em sua segunda vinda ao mundo para buscar a Igreja e julgar os vivos e os mortos.
            Neste segundo domingo do Advento a Igreja é convidada ao arrependimento. Jesus voltará e quem está preparado? Como se preparar para encontrar com o Senhor? Como celebrar devidamente o nascimento de Cristo? Somente pelo caminho do arrependimento.

I. A Oração do 2º Domingo do Advento.
            No livro de Oração Comum,  a oração própria para o segundo domingo do advento menciona a voz dos profetas que preparam o povo mediante o arrependimento e pede a graça da conversão para que a igreja possa se encontrar com alergia com o Senhor que virá em glória.
            "Deus Misericordioso, que enviaste teus mensageiros, os profetas, para pregar o arrependimento e preparar o caminho da nossa salvação; concede-nos a graça, para ouvirmos suas advertências e para abandonarmos os nossos pecados, a fim de saudarmos com alegria a vinda de Jesus Cristo, nosso Redentor, o qual vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém".

II. Leituras do 2º Domingo do Advento - Ano C

            Neste segundo domingo do Advento a igreja ouve a Palavra de Deus e fica atenta ao desafio que a convida ao arrependimento para encontrar com o Cristo que veio no Natal e que virá em sua glória.
            A igreja é desafiada a se purificar para encontrar-se com  Senhor. Precisará clamar a Deus pela restauração. Necessitará estar preparada para comparecer no Dia de Cristo cheia do fruto da justiça. Para isso é imprescindível que ouça novamente a Voz do que clama no deserto: arrependa-se e tenha a remissão dos pecados.

            Antigo Testamento: A primeira leitura é o profeta Malaquias 3.1-4. Malaquias é o último profeta canônico que profetizou em 450 a.C. Fala da promessa de Deus em enviar o precursor do Messias para preparar o caminho do Senhor (1).
            Após o precursor virá o Messias. Mas quem estará preparado para suportar a sua vinda? Quem poderá subsistir? (2). O precursor com a pregação de arrependimento irá preparar o povo para o encontro com o Senhor. Neste encontro o Messias purificará o povo como se purifica a prata (3). Com esta limpeza, a oferta do povo de Deus será agradável e aceita pelo Senhor (4).

            Salmo: O Salmo lido ou cantado é o 126.  Fala da restauração que vem do Senhor e encherá Sião de alegria. Esta alegria será notória e todos dirão sobre o povo de Deus: "Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles" (2). O povo reconhecerá que Deus fez grandes coisas em sua vida. Mas  para que isso aconteça o povo suplica por restauração (4). É certo que existirá um tempo difícil de semeadura com lágrimas, mas há a certeza de que um dia ceifarão com grande júbilo(5,6).

            Epístola: A segunda leitura é Filipenses 1.4-11. Paulo informa que ora agradecendo a Deus pela vida da igreja que sempre cooperou para o seu ministério (4,5). Afirma sua fé de que o Deus que começou a obra ira completá-la. A Igreja era participante das algemas de Paulo, uma vez que este estava preso e recebeu auxílio dos irmãos. Com isso Paulo tinha saudade e gratidão. A oração de Paulo é para que amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção para que pudessem provar as coisas excelentes e serem sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo. Para isso a igreja precisa estar cheia do fruto da justiça.
            Evangelho: O Evangelho lido é Lucas 3.1-6.  Num tempo escolhido pelo Senhor, a palavra de Deus veio a João no deserto. Ele percorreu as aldeias próximas ao rio Jordão pregando a necessidade do batismo de arrependimento para remissão de pecados. Veio cumprir as profecias de Isaías e ser a voz do que clama no deserto para preparar o caminho do Senhor. Com o Messias que virá haverá uma restauração de caminhos e vidas e toda carne verá a salvação de Deus.

III. O 2º Domingo do Advento e o Dia da Bíblia.
            Tomás Cranmer, Arcebispo da Cantuária, na Inglaterra (1533-1556) durante os reinados de  Henrique VIII e Eduardo VI foi quem criou o Dia da Bíblia.  Como aceitou a Reforma Protestante e passou a ser a principal figura da Reforma na Inglaterra, foi um dos primeiros mártires anglicanos, tendo sido queimado em 1556 pela Igreja Católica Romana. Ele é o principal autor dos dois primeiros volumes do Livro de Oração Comum, o qual estabeleceu a estrutura básica da liturgia anglicana por séculos e influenciou a língua inglesa.
            No ano de 1549, Cranmer, incluiu no Livro de Oração Comum um dia especial para que a população intercedesse em favor da leitura da Bíblia. A data escolhida foi o segundo domingo do Advento. Como os domingos do Advento são móveis, o dia da Bíblia passou a ser todo segundo domingo de dezembro. No Brasil o Dia da Bíblia passou a ser celebrado em 1850, com a chegada, da Europa e dos Estados Unidos, dos primeiros missionários evangélicos.
            No Livro de Oração Comum de Cranmer tem a seguinte oração para este dia: "Bendito Senhor, que fizeste com que a tua Santa Palavra se escrevesse para nossa instrução; permite que a possamos de tal modo ouvir, ler, ponderar, aprender e assimilar interiormente, para que, pela paciência e consolação das Santas Escrituras, mantenhamos inabalável a bem-aventurada esperança da vida eterna, que tu nos tens dado em nosso Salvador Jesus Cristo. Amém".

Conclusão:
            Jesus sendo Deus se limitou para nos trazer a salvação. É observando o limite do Deus encarnado que compreendemos seu grande amor demonstrado no Natal.
            Agostinho de Hipona escreveu:
            "Jazia no presépio Aquele que contém o mundo; era uma criança que não sabia falar, aquele que era a Palavra. Aquele que não cabe nos céus, era levado no seio de uma mulher. Esta regia nosso Rei; era portadora daquele em quem somos; amamentava aquele que é nosso Pão. A Verdade que está no seio do Pai, nasce da terra, para que estivesse também no seio da mãe. A Verdade na qual está contido o mundo, nasceu da terra, para que fosse carregada pelas mãos de uma mulher. A Verdade com a qual é alimentada incorruptivelmente a beatitude dos anjos, nasceu da terra, para que fosse amamentada por seios de carne" (Sermão 185).
            Aquele que no seio do Pai precedeu todos os espaços dos séculos, é o  mesmo que nascendo de uma mãe entra hoje no correr dos anos. É feito homem o autor do homem, para ser alimentado no peito o que governa os astros; para que o Pão tivesse fome, para que a Fonte tivesse sede, para que a Luz dormisse, para que o Caminho se cansasse ao caminhar..". (Sermão 191).

            É nesta observação atenta do chamado ao arrependimento do 2º Domingo do Advento, olhando o Cristo que na humildade se encarnou, que nos preparamos para a vinda do Natal e da Volta de Cristo.

Leia também:
1.        Advento do Natal - 54 perguntas e respostas sobre o Ciclo do Natal -  José Bortolini - Paulus.
2.        Viver o ano litúrgico. Reflexões para os domingos e solenidades. Frei Alberto Beckhäuser - Editora Vozes.
3.        Advento. Aquele que virá, veio e vem. Antonio Francisco Lelo / Sidnei Fernandes Lima / Gustavo Montebello  - Paulinas.
4.        Ciclo do Natal (O). Celebrando a encarnação do Senhor. Bruno Carneiro Lira (Org.)  Paulinas.
5.        "Advento & Natal - A celebração da esperança do povo de Deus". Edição de outubro/novembro de 1997 do Mosaico, da Faculdade de Teologia-SP.


sábado, 1 de dezembro de 2012

Primeiro Domingo do Advento




Primeiro Domingo do Advento
Início do Ano Cristão
Rev. Edson Cortasio Sardinha



            O Advento começa às vésperas do quarto Domingo antes do Natal e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus. É o início do Ano Cristão. Caminharemos nos passos de Cristo até novembro de 2013. Reviveremos o ministério da Salvação e celebraremos ao Deus da vida.
            O Tempo do Advento possui duas características:  Nas duas primeiras semanas  a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós.
            Celebramos o Cristo que veio, o Cristo que vem todos os dias e o Cristo que virá para buscar sua Igreja.

I. O Ano Cristão.
            O Ano Cristão é comemorado em dois Ciclos e dos Tempos. Ciclo do Natal: Advento - Natal - Epifania - Batismo do Senhor. 1º Tempo Comum: Jesus dá início as suas primeiras pregações. Anuncio do Reino. Ciclo da Páscoa: Quaresma - Semana Santa - Páscoa - Pentecostes. 2º Tempo Comum: Revivemos tudo que Jesus disse e fez para a nossa Salvação. Vivência do Reino. Termina com a celebração de Cristo, o Rei do Universo.
            O Lecionário Comum está organizado para ter as leituras dominicais em três anos. Cada ano as leituras são retiradas de um Evangelista. Ano A (Mateus); Ano B (Marcos) e ano C (Lucas). João é lido nas principais solenidades. Este ano será o Ano C onda caminharemos no testemunho de Lucas.


II. A Palavra Advento
            Advento — adventus, em latim — significa vinda, chegada. É uma palavra que designava a vinda anual de uma divindade pagã, ao templo, para visitar seus adoradores.
            Na linguagem corrente, significava também a primeira visita oficial de um personagem importante, ao assumir um alto cargo. Assim, algumas moedas de Corinto perpetuam a lembrança do adventus augusti, e um cronista da época qualifica de "adventus divi" o dia da chegada do Imperador Constantino.
            Nas obras cristãs dos primeiros tempos da Igreja, especialmente na Vulgata, "adventus" se transformou no termo clássico para designar a vinda de Cristo à terra, ou seja, a Encarnação, inaugurando a era messiânica e, depois, sua vinda gloriosa no fim dos tempos.

III. A Origem da Celebração do Advento
            As primeiras orações de preparação para o Natal aparecem no século V, quando Perpétuo, Bispo de Tours, estabeleceu um jejum de três dias, antes do nascimento do Senhor. É também do final desse século, na Espanha, a “Quaresma de São Martinho”, que consistia num jejum de 40 dias, começando no dia seguinte à festa de São Martinho.
            Gregório Magno (590-604) foi o primeiro a redigir um ofício para o Advento, e o Sacramentário Gregoriano é o mais antigo em prover os cultos próprios para os domingos desse tempo litúrgico.
            No século IX, a duração do Advento reduziu-se a quatro semanas, como se lê numa carta do Papa  Nicolau I (858-867) aos búlgaros. E no século XII o jejum havia sido já substituído por uma simples abstinência.
            O objetivo da igreja era produzir nos fiéis uma grande expectativa pela vinda do Salvador, orientando-os para o seu retorno glorioso no fim dos tempos.
            Atualmente o Advento é celebrado em dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas. Não podemos celebrar a liturgia, sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.

IV. Advento nas Igrejas Orientais
            Nos diversos ritos orientais, o Advento formou-se com uma característica acentuadamente ascética.
            Na liturgia bizantina destaca-se, no domingo anterior ao Natal, a comemoração de todos os patriarcas, desde Adão até José, esposo de Maria.
            No rito siríaco, as semanas que precedem o Natal chamam-se “semanas das anunciações”. Elas evocam o anúncio feito a Zacarias, a Anunciação do Anjo a Maria, seguida da Visitação, o nascimento de João Batista e o anúncio a José.

V. Advento nas Igrejas Ocidentais
            É na liturgia romana que o Advento toma um sentido um pouco diferente. Segue um método pedagógico muito vivo.
            No primeiro domingo aparece as leituras de Jesus, cheio de glória e esplendor, poder e majestade, rodeado de seus Anjos, para julgar os vivos e os mortos e proclamar o seu Reino eterno, após os acontecimentos que antecederão esse triunfo.“
            Como ficar de pé diante do Filho do Homem? A nós cabe corar de vergonha, como diz a Escritura. A Igreja então convida ao arrependimento e à conversão e nos coloca, no segundo domingo, diante da grandiosa figura de João Batista, cuja mensagem ajuda a ressaltar o caráter penitencial do Advento.
            Com a alegria de quem se sente perdoado, o terceiro domingo se inicia com a seguinte proclamação: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto”. É o domingo Gaudete (da alegria).
            No quarto domingo, anuncia a chegada do verdadeiro Sol de Justiça, para iluminar todos os homens. Vemos o Testemunho de Maria e José em receber o Filho de Deus, o Salvador do mundo.

VI. As Figuras do Advento
            Nas leituras do Advento encontramos importantes figuras que nos ajudam a entender a teologia e espiritualidade deste período.
            Isaías e Jeremias: são os profetas que, durante os tempos difíceis do exílio do povo eleito, levavam a consolação e a esperança.
            João Batista: A figura de João Batista ao ser o precursor do Senhor e aponta-lO como presença já estabelecida no meio do povo, encarna todo o espírito do Advento; por isso ele ocupa um grande espaço na liturgia desse tempo, em especial no segundo e no terceiro domingo.
            Maria: Assim como Deus precisou do sim de Maria, hoje, Ele também precisa do nosso sim para poder nascer e se manifestar no mundo; assim como Maria se "preparou" para o nascimento de Jesus, a começar pele renúncia e mudança de seus planos pessoais para sua vida inteira, nós precisamos nos preparar para vivenciar o Seu nascimento em nós mesmos e no mundo, também numa disposição de "Faça-se em mim segundo a sua Palavra" (Lc 1, 38), permitindo uma conversão do nosso modo de pensar, da nossa mentalidade, do nosso modo de viver, agir etc.
            José: Nos textos bíblicos do Advento, se destaca José, esposo de Maria, o homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adotivo de Jesus. Ao ser da descendência de Davi e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação, permitindo que se cumpra em Jesus o título messiânico de "Filho de Davi". José é justo por causa de sua fé.

VII. A Coroa do Advento
            Os cristãos tem o costume de fazer a coroa do Advento com quatro velas (ou cinco) em suas casa e na igreja. A coroa do Advento tem origem protestante.
            Em 1833, foi criada na Alemanha, em Hamburgo, a  “Rauhes Haus” (Casa Rústica) para abrigar crianças da rua, ensinar profissões e gerar recursos próprios para que as crianças não voltassem a pedir esmolas. O pastor visionário que criou a Rauhes Haus com 25 anos de idade chamava-se Johann Heinrich Wichern (*1808 +1881).
            Todo ano ele celebrava o tempo de Advento com meditações, cânticos e reflexões. Para contextualizar aqueles momentos o pastor Wichern pendurou uma roda velha de carroça no teto da sala da Rauhes Haus. No primeiro domingo de Advento colocou a primeira grande vela a queimar sobre a roda. Depois, nos seis dias seguintes, seis velas pequenas. Daí, no segundo domingo de Advento, novamente a segunda vela grande e isso se repetia até o Natal. Um dia antes do Natal queimavam 24 velas referida roda.
            As meninas e os meninos da Rauhes Haus passaram a chamar aquele tempo de “Meditação das Velas”. Passaram-se dois anos e aquela pequena Comunidade decidiu enfeitar a roda iluminada com ramos de pinheiro. Foi assim que nasceu a primeira Coroa de Advento dentro da Igreja Luterana. Muitas pessoas que visitavam a “Rauhes Haus” achavam aquele símbolo muito significativo. Como nas suas moradias particulares não havia muito espaço para uma Coroa de Advento com 24 velas, optaram por uma menor com quatro, uma para cada domingo. Assim nasceu este símbolo protestante que nos prepara para o Natal.

VIII. Oração do Primeiro Domingo do Advento
            Neste primeiro domingo do Advento no Livro de Oração Protestante (Livro de Oração Comum,) tem a seguinte oração:
            "Deus Onipotente, dá-nos a graça de rejeitar as obras das trevas e vestir-nos das armas da luz, durante esta vida mortal, em que teu Filho Jesus Cristo, com grande humildade, veio visitar-nos; a fim de que, no último dia, quando ele vier em sua gloriosa majestade, para julgar os vivos e os mortos, ressuscitemos para a vida imortal, mediante Jesus Cristo, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, agora e sempre. Amém".

IX. As Leituras do 1º Domingo do Advento
            A primeira Leitura é Jeremias 33.14-16. O profeta diz que virá um dia quando Deus cumprirá suas palavras de Boas Novas. Virá o renovo da justiça. Por causa do renovo que é Jesus, Jerusalém será chamada Justiça nossa.
            O salmo lido ou cantado é o 25. O Salmista espera em Deus (3). Pede que o Senhor lhe ensine o caminho e guie pela verdade. Deus é aquele que guia pelo caminho da justiça. É um salmo que clama pela  reconciliação, pelo livramento e pelo perdão dos pecados. Busca o Deus que nos prepara para o encontro com o Senhor que virá.
            A epístola lida é I Ts 3.12-4.2. Paulo ora para que o Senhor de a igreja dos tessalonicenses a   santidade e a preparação necessária para que a igreja esteja pronta para a Vinda do Senhor e finaliza rogando a igreja para que viva progredindo em santidade e preparação para a volta do Senhor.
            O Evangelho lido é Lc 21.25-36. Onde o Senhor Jesus fala dos acontecimentos finais de sua gloriosa vinda ao mundo. O mundo será abalado e todos verão "o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória". A igreja precisa esperar em santidade e vigiar em oração para poder permanecer firme diante do Senhor.

Conclusão:
            Este é o primeiro domingo do Advento. Aponta para o retorno glorioso de Jesus para buscar a sua igreja. Assim como Jesus nasceu e as profecias se cumpriram, também Jesus voltará para buscar a Igreja e as profecias serão cumpridas.
            A mensagem do primeiro domingo do Advento é: Se prepare para o segundo Advento do Senhor Jesus. Ele voltará!

Leia também:

  •       Advento do Natal - 54 perguntas e respostas sobre o Ciclo do Natal -  José Bortolini - Paulus.
  •       Coroa de Advento. História, símbolos e celebrações. Frei Alberto Beckhäuser - Editora Vozes.
  •       Viver o ano litúrgico. Reflexões para os domingos e solenidades. Frei Alberto Beckhäuser - Editora Vozes.
  •       Advento. Aquele que virá, veio e vem. Antonio Francisco Lelo / Sidnei Fernandes Lima / Gustavo Montebello  - Paulinas.
  •       Ciclo do Natal (O). Celebrando a encarnação do Senhor. Bruno Carneiro Lira (Org.)  Paulinas.
  •       "Advento & Natal - A celebração da esperança do povo de Deus". Edição de outubro/novembro de 1997 do Mosaico, da Faculdade de Teologia-SP.
  •       Advento_ Liturgia e Espiritualidade - http://www.franciscanos.org.br - 26/11/2012
  •       Advento: Acadêmicos Arautos - Site dos Institutos de Teologia e Filosofia dos Arautos. http://academico.arautos.org - 26/11/2012
  •       Qual a origem do Advento? http://www.pastoralis.com.br - 26/11/2012.