sábado, 28 de dezembro de 2013

A Sagrada Família


A Fuga para o Egito
Mateus 2.13-15, 19-23

            Hoje o Evangelho fala da última cena da natividade: A fuga para o Egito.
            Na liturgia, o primeiro domingo depois do Natal é chamado de Domingo da Sagrada Família.
            Iremos aprender com este Evangelho a buscar em Deus o propósito para a nossa família, ter a direção divina e dar passos de obediência. A família de Jesus teve estas três características. 

I. Família escolhida por Deus
            Tudo na vida de José e Maria foi segundo as Escrituras. Esta família foi escolhida pela providência divina para que se cumprisse todas as profecias e esperanças do Antigo Testamento.
            Isaías, 700 a.C, falou da esperança no Emanuel (Deus conosco) que nasceria de uma virgem – Is 7.14.
            Miquéias, 758 a.C. profetizou que Ele nasceria em Belém e que sua origem seria eterna – Mq 5.2.
            Naum, 698 a.C. falou que o Messias já estava com seus pés sobre os montes e que viria pregar as boas-novas  – Na 1.15.
            Malaquias, 400 a.C. falou que Jesus nasceria para ser o Sol da Justiça –Ml 4.2.
            Todas estas profecias foram cumpridas em Jesus e sua família pode participar desta bênção tão esperada pela humanidade.
            Mateus 2.23 diz que a família de Jesus "foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas: Ele será chamado Nazareno".
            Nazaré provém da palavra básica nctzer (renovo). E muitos profetas falaram do Messias como sendo o “Renovo” (Is 11:1; Jr 23:5; 33:15; Zc 3:8; 6:12). Jesus é o nosso Renovo.
            A cidade de Nazaré, onde Jesus viveu, era um lugar desprezado, “fora dos bons caminhos”. Isso ficou evidente na resposta de Natanael: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1:46). Considerando isso, “Nazareno” era um termo de desprezo apropriado ao Messias, a respeito de quem os profetas haviam predito que seria "desprezado e o mais rejeitado entre os homens" (Is 53:3; cf. SI 22:6; Dn 9:26; Zc 12:10).
            Por estes dois motivos Mateus diz que os profetas (o Antigo Testamento) testemunham que Jesus seria chamado Nazareno: "Renovo" ou "Desprezado".
            José e Maria foram escolhidos para uma missão muito especial.
            Precisamos buscar o discernimento de Deus pra que possamos viver centro de sua vontade. Para cada pessoa Deus tem um propósito específico.
            A nossa felicidade consiste em conseguir viver a Vontade de Deus.
            Você tem conseguido viver a vontade de Deus?

II. Família dirigida por Deus
            Uma fez que Maria e José eram escolhidos por Deus, tiveram a direção espiritual e o discernimento para os momentos difíceis. Sabendo que Herodes iria matar as crianças de Belém o anjo aparece em sonhos e diz a José: (13) "Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar".
            Com esta direção José e Maria fogem para o Egito com o menino Jesus.
            Depois de algum tempo (uns dois anos) o anjo direciona José e Maria dizendo em sonhos para José: (20) "Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino".
            O v.22 diz que "por divina advertência prevenido em sonho, retirou-se para as regiões da Galiléia".
            Assim como o anjo dirigiu a família de Jesus, nossa família necessita da direção de Deus (Pv 16.9).
            Somente com a graça do discernimento podemos alcançar uma vida plenamente feliz.
            Todos da sua casa buscam discernimento em Deus?

III. Família Obediente a Deus
            A família de Jesus foi escolhida e recebia a direção divina. Mas ainda assim necessitava ser obediente ao projeto de Deus.
            Não adianta ser escolhido e ter revelação se não associamos a revelação de Deus com a obediência.
            O anjo manda José fugir para o Egito. O que ele fez? (14) "Dispondo-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito".
            O anjo manda José retornar para Israel. Qual foi sua atitude? (21) "Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel".
            Tanto José quanto Maria são exemplos de obediência a vontade divina.
            Somente com a obediência alcançamos a excelência espiritual. A obediência nos leva onde a fé nunca conseguirá nos levar. A obediência é o primeiro fruto da fé. Sem obediência a fé se torna estéril.
            Nossa alma precisa ser purificada pelo Espírito na obediência a verdade (I Pe 1.22).
            Você já viveu em desobediência e sofreu por causa disso?

Conclusão:
            A família de Jesus é conhecida como Sagrada Família.
            Foi uma família especial por que Deus escolheu e dirigiu. Mas a grande virtude desta família está na obediência a verdade.
            Eles conseguiram viver a vontade de Deus em todas as áreas. A nossa felicidade consiste em viver plenamente a vontade de Deus. Este deve ser o nosso alvo espiritual.
            José e Maria tiveram a direção de Deus. Nossa família necessita da direção espiritual. Somente com a graça do discernimento podemos alcançar uma vida plenamente feliz.
            Tanto José quanto Maria são exemplos de obediência a vontade divina. Somente com a obediência alcançamos a excelência espiritual.
            Que possamos aprender com esta família e trilhar no caminho da obediência e da oração.
           

Oração Final
Ó Deus, nosso Pai, deste-nos um modelo de vida na sagrada Família de Nazaré: concede que imitemos as suas virtudes em nossas famílias vivendo agora no espírito da caridade, para que, reunidos depois na tua casa, ali gozemos as alegrias eternas. Mediante nosso Senhor Jesus Cristo, teu Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Natal do Senhor

Natal do Senhor
Jesus Nasceu!
Lucas 2.1-14
            O Natal é um retorno a Belém. No Natal ouvimos as vozes dos anjos falando das boas novas de grande alegria que será para todos os povos. O Natal seguimos a Estrela até Belém. No Natal voltamos a ver Jesus em sua simplicidade nascendo de Maria e sendo colocado em uma manjedoura. Natal é a concretização da esperança dos profetas. É o início da nossa redenção.
            O Evangelho de Lucas nos leva a Belém e permite que meditemos na obra salvadora do Senhor Jesus.

I. Indo a Belém
            Não estava nos projetos de José e Maria deixar Nazaré e ir a Belém. Foi um compromisso imposto pelo governo num momento muito difícil, pois Maria estava grávida de Jesus. 
            Foi uma decisão de César Augusto (1) "convocando toda a população do império para recensear-se". O problema é que (3) "todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade". Por isso José (4) "subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi".
            Não foi uma decisão de Deus. Foi uma decisão do homem visando interesses humanos e injustos. Mas Deus usou esta situação difícil e angustiante para realizar sua santa vontade. As profecias diziam que Jesus deveria nascer em Belém (Mq 5.2).
            Talvez neste final do ano você esteja avaliando sua vida assim: "Tudo deu errado e a vontade do homem prevaleceu sobre a vontade de Deus!" Mas se você confiar no Senhor e descansar, Ele, um dia, ou mesmo na eternidade, te mostrará que tudo na vida tem um propósito para aqueles que amam o Senhor e que são chamados segundo sua vontade (Rm 8.28).
            Natal significa que a Vontade de Deus prevaleceu.
            Você tem descansado no Senhor ou tem vivido muito preocupado?

II. O Nascimento do Senhor
            Quando José e Maria chegam em Belém Jesus nasce. Maria deu a luz a seu filho primogênito (primogênito significa primeiro, pois ela teve outros filhos com José. Leia  Mateus 12:46, 13:55, 56, Lucas 8:19, Marcos 3:31, João 7:1-10 e   Atos 1:14).
            Maria (7) "enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria".
            Ele foi deitado numa manjedoura (coxo para os animais se alimentar), pois não havia lugar para Ele na hospedaria.
            Em Lv 25.35 e Ex 22.21, o Senhor ordena o cuidado e a fraternidade com o peregrino e estrangeiro. Mas o povo não cumpria a lei e Jesus teve que nascer num quarto de uma casa pobre onde os animais eram guardados, ou numa gruta onde os animais dormiam a noite.
            Hoje Jesus deseja nascer no coração das pessoas. O natal do mundo tem lugar para muitos pecados e tradições, mas poucos se preocupam em adorar o Senhor e aceitá-lo como Senhor e Salvador.
            Quando Jesus nasceu em seu coração?

III. O Anúncio aos Pastores
            Jesus nasceu. As profecias foram cumpridas. A esperança dos profetas foram concretizadas. Ele nasceu para salvar homens e mulheres.
            Mas este santo anuncio foi feito aos pobres e rejeitados pastores de Belém. Deus prioriza o pobre e excluído na noite de Natal.
            O texto diz que (8) "Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite".
            Foi neste cenário que a (9) "a glória do Senhor brilhou".
            Como ficaram possuídos de medo o anjo lhe disse: (10) "Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: (11)   é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor".
            A boa notícia era de alegria e para todo o povo sem excluir pobres e ricos.
            O anjo usa três palavras para falar de Jesus como boas-novas (boas notícias): Ele é Salvador, é o Cristo e é o Senhor.
            O Sinal foi a criança deitada numa manjedoura. Muitas crianças nasceram naquela noite, mas apenas uma foi colocada em uma manjedoura.
            Mas porque uma manjedoura?
            Porque era um elemento de identificação com os pastores (12). Os pastores tinham manjedouras nos campos também. Deus usa um simples objeto para identificar ao mundo a vontade de salvar e incluir os rejeitados.
            Os pastores talvez se perguntaram: Porque nós fomos escolhidos para receber esta maravilhosa notícia?
            Uma multidão da milícia celestial, com o anjo mensageiro, dão a resposta aos pastores louvando a Deus e dizendo (14): "Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem".
            A paz é entre os homens a quem Deus quer bem. Ou seja, os pastores que eram rejeitados pelos homens, foram escolhidos por Deus (Mt 22.14).
            Tivemos a graça de receber o Evangelho e crer naquele que o Senhor enviou.
            O Natal é mais um sinal de Deus que nossa salvação é a prioridade.
            Você se sente amado por Deus?

Conclusão:
            Hoje o Evangelho de Natal nos ensinou muitas coisas maravilhosas. Assim como José e Maria, precisamos confiar e descansar no Senhor. A sua vontade sempre irá prevalecer. Belém não foi uma circunstância provocada pelo homem, mas uma santa providência de Deus para cumprir sua Palavra.
            Precisamos deixar Jesus nascer em nossa vida. Nossa Natal não pode ser cercado apenas de tradições e luzes. Precisa ser um lugar de adoração ao Senhor Jesus.
            Deus nos ajudou e nos salvou. Hoje temos a paz de Deus. Podemos cantar com os anjos: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens a quem ele quer bem!".
             Realmente tivemos a graça de receber o Evangelho e crer no Senhor que nasceu no Natal.
            Isso é sem dúvida um Feliz Natal!
           

Oração Final
Deus Onipotente, que nos deste teu unigênito Filho para que tomasse sobre si a nossa natureza, e nascesse neste tempo de uma Virgem; concede que nós, renascidos e feitos teus filhos por adoção e graça, sejamos de dia em dia renovados por teu Santo Espírito; mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

4º Domingo do Advento
O Emanuel
Mateus 1.18-25

            Mateus deseja contar o que realmente ocorreu no nascimento de Jesus. Suas informações são preciosas. Escreve para mostrar que tudo na vida de Jesus foi segundo as Escrituras Sagradas. Nada em sua existência foi sem propósito.
            Mateus fala do nascimento de Jesus revelando a atitude de obediência de José, o homem escolhido por Deus para acolher e educar o Senhor Jesus.
            José auxiliou o Emanuel a se adaptar ao mundo e realizar o que Deus tinha para Ele.
            Este Evangelho nos ensina que o Natal é a manifestação de Deus ao mundo para salvar os homens e mulheres do pecado e revela que a vontade de Deus exige obediência da parte do homem.

I. A Virgem grávida pelo Espírito Santo
             Maria é escolhida por Deus. Mateus inicia a história do nascimento de Jesus com o milagre ocorrido na vida de sua mãe: (18) "estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo".
            A palavra "desposado" assinalava um documento muito parecido com o casamento. Era um compromisso matrimonial completo, mas sem relação sexual. Não era um noivado, era um compromisso muito maior e documentado em cerimônia religiosa e civil. Após a cerimônia o noivo tinha a tarefa de preparar casa e a festa e vir buscar a esposa em definitivo. Mesmo não tendo relações sexuais, a mulher já era considerada esposa.
            Foi neste momento que Maria achou-se grávida do Espírito Santo. Lucas detalha este acontecimento milagroso (Lucas 1.26-38).
            Deus escolheu Maria e José. Foram separados para um propósito especial e específico. Além de serem escolhidos, foram fiéis ao projeto de Deus.
            Natal fala da soberania divina e da resposta humana. Assim como José e Maria, precisamos ser obedientes ao projeto de Deus, mesmo que esta atitude signifique prejuízos aos nossos projetos humanos. 
            Você já abriu mão de algo precioso pelo projeto de Deus em sua vida?

II. Atitude de José
            Uma mulher grávida antes do casamento era um grande pecado. Ainda mas se ela estivesse comprometida a um homem e ficasse grávida de outro. Este pecado chama-se adultério.
            Em Levítico 20.10 está escrito: "Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera". 
            José tinha o direito de levar sua esposa as autoridades competentes para ser julgada e morta. Era para ele desonroso receber como esposa uma mulher grávida de outro homem.
            Provavelmente Maria falou da visita do anjo, mas José não sabia de nada. Como acreditar numa história dessas?
            José teve três opções: a) Receber Maria como esposa e ignorar o caso do adultério; b) Denunciar Maria às autoridade para que fosse julgada e morta; c) ou deixá-la secretamente poupando sua vida e receber a culpa de ter engravidado sua esposa e fugido.
            José escolhe a última opção: (19) "Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente".
            José foi justo. Não tinha condições para entender o milagre relatado por Maria, mas também não desejou ser o juiz do caso. Era justo e preferiu levar a culpa e deixar tudo nas mãos de Deus.
            A melhor decisão é deixar tudo nas mãos do Senhor. Nem sempre fazer justiça com as próprias mãos ou abrir uma situação de contenda é o melhor caminho. Sempre a melhor opção é ser justo e buscar a justiça divina. José acertou em sua decisão.
            Você tem dificuldade de deixar uma situação nas mãos de Deus?

III. A Intervenção de Deus
            José iria tomar uma atitude baseada em sua justiça. Não queria infamar Maria: (20) "Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. (21)   Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles".
            Um anjo de Deus foi guiar José. Ele não precisava temer receber Maria como esposa. Realmente ela estava grávida do Espírito Santo.
            José deveria colocar na criança o nome de Jesus. Este nome significa "Salvação de Deus". Fala da missão do menino: "porque Ele salvará o seu povo dos pecados deles".
            A gravidez de Maria não seria um prejuízo ou uma desonra para José. Seria um presente de Deus.
            A profecia de Isaías 7.14 estaria se cumprindo em suas vidas: (23) "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e Ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)".
            Existem momentos que necessitamos da intervenção de Deus para reconhecer o caminho certo.
            Deus interviu na vida de José e isso possibilitou discernimento. Sem a revelação de Deus, tendemos a errar o caminho.
            Você já tomou decisão erradas por não esperar o discernimento de Deus?

Conclusão:
            José é obediente. (24) " Despertado do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher. (25)  Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus".
            José recebe Maria e respeita sua virgindade e gravidez santa sem ter relações sexuais. Enquanto Maria estava grávida, José não a conheceu. Somente depois como diz o Evangelho. 
            Deus ministra muitas revelações, mas exige nossa obediência.
            A vontade de Deus só será possível se aceitarmos em obediência o que Ele deseja para nós.
            O Natal fala do amor de Deus, da coragem de Maria e da obediência de José.
            Precisamos, neste Natal, aceitar o amor de Deus, corajosamente nos entregar aos seus planos e propósitos e obedecer o rumo que Ele deseja para a nossa vida.
            A maior alegria do Natal é estar no centro da vontade de Deus.

Oração final: Ó Deus Onipotente, purifica a nossa consciência com tua visitação diária, para que o teu Filho Jesus Cristo, na sua vinda em glória, encontre em nós a morada preparada para Si; o qual vive e reina contigo, na unidade do Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.


domingo, 15 de dezembro de 2013

3º Domingo do Advento

3º Domingo do Advento
Alegria: Jesus é o Messias
Mateus 11.2-11
 

            O terceiro Domingo do Advento é chamado de “Domenica Gaudete”, (domingo da alegria) porque a primeira palavra da antífona diz: “Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez vos digo, alegrai-vos” (Fp 4.4).
            Alegrai-vos porque Jesus é o Messias prometido.
            Todo o Antigo Testamento aponta para o Messias que iria nascer. Este Messias traria paz, justiça e santidade. Seria o grande profeta, maior do que Moisés (Dt 18.18). Seria o grande Sacerdote,  maior do que Samuel (Hb 4.14). Seria o grande Rei, maior do que Davi (Is 9.7). Reinaria com justiça e seu reinado não teria fim.
            Os profetas do Antigo Testamento falam deste tempo quando o Messias chegaria (Is 35.1-10). Esta é a esperança de todos os profetas, inclusive de João Batista.
            O Natal é esta grande data que celebra a chegada do Messias de Israel. Esta é  a boa  nova para todos os povos (Lc 2.10). Jesus verdadeiramente é o Messias.
            No Cântico de Maria (magnificat) estão as obras que o Messias iria realizar (Lc 1.46-55).
            Ele veio para implantar um reino de amor, justiça e paz na vida de todos os que o aceitam como Senhor e Salvador. 
            O Evangelho de hoje fala da dúvida de João Batista e de sua alegria em confirmar que Jesus realmente é o Messias prometido.
           
I. A dúvida de João
            João se alegrou quando viu Jesus pela primeira vez. Ele viu o Messias. O Cordeiro de Deus que tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29).
            Deus havia revelado para João que Jesus era o Messias. Esta confirmação ocorreu no Batismo de Jesus. O Pai fala que ele é o seu Filho amado em quem se compraz. O Espírito Santo vem sobre Jesus em forma corpórea de pomba (Mt 3.16-17). Foram sinais que manifestaram (epifania) que Jesus de fato era o Messias. 
            Mas tarde João é preso por Herodes e na prisão entra em dúvida e manda seus discípulos perguntar a Jesus (3): "És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?"
            Por que João Batista teve dúvidas?
            Após batizar o Senhor Jesus, ele foi preso. Não teve mais contato com o Senhor. Seus discípulos foram dispersos e alguns seguiram Jesus.
            Provavelmente alguns discípulos trouxeram dúvidas e questionamentos a João sobre o ministério de Jesus.
            Como Messias, Jesus ainda não estava "com a sua pá na mão para limpar a sua eira separando o trigo e queimando a palha" (Mt 3.12), ou seja, ainda não estava exercendo o julgamento sobre os pecadores como João havia profetizado.
            A dúvida de João é um grande sinal que podemos também caminhar na dúvida e na incredulidade.
            Precisamos vigiar para receber Jesus como Senhor e Salvador e não deixar que a dúvida encontre lugar em nosso coração (Tg 1.6).
            Você já teve dúvidas com relação a sua fé em Jesus Cristo? Quem te auxiliou neste momento difícil?

II. Jesus é o Messias
            A resposta de Jesus deixa claro que, antes do juízo, o ministério do Messias seria de pregar a graça para a Salvação.
            Antes de estabelecer o dia da vingança do Senhor, ele precisaria libertar os cativos conforme Is 61.1,2.
            Jesus responde (4, 5): "Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho".
            Jesus realmente é o Messias. Foi uma palavra de consolo para João que iria morrer naqueles dias. Morreria na alegria de ter esta confirmação: Deus visitou, em Jesus, o seu povo (Lc 1.68).
            Para os discípulos o Senhor deixa uma advertência (6): "bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço"
            Jesus é o Messias. Veio realizar os sinais de Deus em nossa vida. Hoje Ele transforma corações e é o nosso Senhor e Salvador.
            Os sinais de seu messianismo estão na ação transformadora que opera na vida de todo aquele que crê.
            O que Jesus fez em sua vida?

III. João, o Profeta do Messias
            Jesus não vê a dúvida de João como falta de fé ou de caráter. João estava apenas necessitando de mais uma confirmação. 
            Com esta pergunta João poderia ser difamado, mas Jesus usa da oportunidade para elogiar o seu ministério.
            As pessoas não saíram  para ver em João um homem qualquer, mas um profeta. Jesus diz (9): "Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta".
            João era muito mais do que um profeta porque conseguiu ver o que todos os profetas desejariam ver.
            Sua missão foi estar preparando o caminho do Messias. O Senhor Jesus diz (10): "Este é de quem está escrito: Eis aí eu envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho diante de ti".
            João é considerado pelo Senhor Jesus a maior pessoa nascida de mulher (11): "  Em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista".
            João foi fiel e servo. Viveu unicamente para receber o Messias e preparar seu caminho. Depois do seu ministério cumprido foi morto por Herodes. Havia terminado seu santo ofício de ser o precursor.
            João foi grande, mas Jesus diz (11): "o menor no reino dos céus é maior do que ele".
            Reino do céu significa a nova dispensação da graça. João ainda vivia na dispensação da Lei. Jesus inaugurou  uma nova dispensação onde somos salvos e santificados pela graça. 
Quem está na graça é maior do que João Batista que foi o último dos profetas da antiga aliança.
            Esta é a alegria do Natal. Jesus nasceu para ser a nossa eterna aliança.
            A graça de Deus precisa ser anunciada a todos.
             Você tem sido um mensageiro da graça de Deus? Quantas vidas você levou para Jesus este ano?

Conclusão:
            O terceiro domingo do Advento é o domingo da Alegria (gaudete). Jesus é o Messias. O Natal está chegando para celebrarmos o nascimento do Messias de Israel.
            Hoje aprendemos que a qualquer momento, se não vigiarmos, a dúvida pode entrar em nosso coração, assim como entrou na vida de João.
            Também aprendemos que Jesus é o Messias. Veio realizar os sinais de Deus em nossa vida. Hoje Ele transforma corações e é o nosso Senhor e Salvador. Ele continua realizando seus sinais na vida daquele que crê.
            Aprendemos ainda que a nossa grande alegria é viver na graça do Senhor. O  menor  no reino dos céus é maior do que João, pois vive o grande projeto de Deus que é a graça do Senhor em nosso espírito humano. Pela graça somos santos e santas do Senhor e temos a vida eterna. Esta é a nova aliança no Sangue do Senhor.
            O Natal se aproxima e estamos preparados para celebrar o nascimento do Senhor Jesus: O Messias, nossa eterna alegria.


Oração final: Senhor Jesus Cristo que, na tua primeira vinda, enviaste o precursor para preparar o teu caminho, concede à tua Igreja a graça e o poder para converter muitos ao caminho da justiça, a fim de que, na tua segunda vinda em glória, encontres um povo agradável aos teus olhos, ó Tu, que vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.



terça-feira, 3 de dezembro de 2013

2º Domingo do Advento
Arrependei-vos, porque está perto o reino dos Céus.
Mateus 3.1-12

Introdução:
            O primeiro domingo do Advento falou sobre a Vigilância. Neste segundo domingo é tema é o Arrependimento.
            Diante da mensagem da necessidade de vigilância, nos arrependemos de nossos pecados esperando o retorno do Senhor para buscar a sua igreja.
            O Advento nos prepara também para o Natal. O Natal não é festa de família, é a celebração do nascimento do Senhor Jesus. Este tempo do Advento nos prepara para que possamos celebrar devidamente esta data que está relacionada a nossa salvação.
            Hoje o Evangelho nos levará ao deserto e ouviremos a pregação de João Batista nos preparando para o encontro com o Senhor.

I. A Vida de João Batista
            Em Lucas (1.5-25, 61-66) vemos que o nascimento de João Batista foi um milagre na vida de Zacarias e Isabel. Ele nasceu para um propósito específico.
            O anjo do Senhor diz: (14) "haverá prazer e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento. (15)   Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno. (16)   E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. (17)   E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado".
            A vida de João Batista foi profetizada por Isaías 40.3. Ele veio exclusivamente preparar as vidas para o encontro com o Senhor Jesus.
            Foi um "monge" do deserto dedicado a oração. Ele (4) "usava vestes de pelos de camelo e um cinto de couro; a sua alimentação era gafanhotos e mel silvestre".
            João nasceu com um propósito. Quando aceitamos Jesus como Senhor e Salvador, encontramos o propósito de Deus para a nossa vida: Testemunhar a Graça de Deus e amar o próximo.
            Você tem sido uma voz de Deus?

II. O Ministério de João Batista
            Quando João Batista nasceu, seu pai Zacarias canta (Lucas 1.67-80 - Benedictus) e profetiza sobre o menino: (76) "Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor, preparando-lhe os caminhos, (77)   para dar ao seu povo conhecimento da salvação, no redimi-lo dos seus pecados".
            João veio preparar as pessoas para o encontro com Cristo. Sua mensagem era de arrependimento e retorno para Deus: (2) "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus".
            As pessoas eram atraídas ao deserto para ouvir João, (6) "e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados".
            Na pregação, João anunciava a necessidade de conversão, inclusive para os religiosos. Para os fariseus e saduceus João dizia (7): "Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? (8)   Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento".
            João deixava claro que não era suficiente pertencer ao povo de Deus. A segurança estava na verdadeira conversão. Ele denuncia esta falsa segurança dizendo: (9) "não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão".
            Jesus viria e sua ação seria rápida no estabelecimento da justiça: (10) "Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo".
            Nossa tradição religiosa é boa, mas o que nos salvará é a verdadeira conversão, fruto do arrependimento.
            Você é uma pessoa convertida verdadeiramente?

III. A Profecia a respeito da Vinda de Cristo
            João Batista veio falar da luz de Deus que é Jesus Cristo. No Cântico de Zacarias (Lucas 1.78,79) fala da Graça de Deus que "nos visitará o sol nascente das alturas, para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz".
            Este sol nascente que alumia os que jazem nas trevas é o Senhor Jesus.
            João tinha certeza disso ao ponto de declarar (11): "Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar".
            Jesus é Deus e como Deus nos batizaria com o "Espírito Santo e com fogo" (12).
            João profetiza que Jesus traria luz sobre as trevas e transformaria o ser humano. Mas também seria o juiz para separar a palha do trigo (12): "A sua pá, ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível".

Jesus é o Salvador, o Sol nascente das alturas, mas também virá como juiz e julgará todas as coisas. Precisamos aproveitar o período da graça e viver integralmente a vontade de Deus. Nossa tarefa é viver como trigo. A palha um dia será queimada.
            Qual a diferença entre um crente trigo e um crente palha?

Conclusão:
            O Evangelho de hoje nos ensinou que João nasceu com um propósito. Quando aceitamos Jesus como Senhor e Salvador, encontramos o propósito de Deus para a nossa vida. Também aprendemos que a nossa tradição religiosa é boa, mas o que nos salvará é a verdadeira conversão, fruto legítimo do arrependimento.  O arrependimento nos prepara para encontrar com o Senhor Jesus. Jesus é o Salvador, o Sol nascente das alturas, mas também virá como juiz e julgará todas as coisas. Fomos desafiados a viver como trigo frutificando na vida das pessoas e preparando o Natal nos corações.

Oração final:
            Deus Misericordioso, que enviaste teus mensageiros, os profetas, para pregar o arrependimento e preparar o caminho da nossa salvação; concede-nos a graça, para ouvirmos suas advertências e para abandonarmos os nossos pecados, a fim de saudarmos com alegria a vinda de Jesus Cristo, nosso Redentor, o qual vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém