A Espiritualidade,
o Poder e o Serviço
Marcos 10.35-45
Introdução:
No Evangelho de hoje vemos os
discípulos trabalhando pelo poder. Desejavam o poder político, pois acreditavam
na glória terrena de Jesus em Jerusalém.
Esta é uma busca da humanidade. Benjamin Disraeli dizia que "todos amam o poder, mesmo que não
saibam o que fazer com ele."
Os apóstolos não sabiam o que iria
acontecer, mas independente disso, desejavam o poder. Contudo, o Senhor Jesus
ensina a visão do Reino. A visão é servir, pois o próprio Filho do Homem não
veio para ter vitórias políticas, mas para dar sua vida em resgate por muitos.
Você já exerceu cargo de poder?
I. A Busca pelo poder
Em Marcos 10.35-37,
Tiago e João desejam o poder. Em Mateus 20.20,21, quem pede poder para Tiago e
João é a própria mãe.
A obcessão pelo poder
está no instinto humano. Tiago e João, e também sua mãe acreditavam que Jesus
fosse reinar em Jerusalém.
O Evangelho de Marcos já
havia apresentado três momentos onde Jesus fala de seu sofrimento e morte, mas
eles permaneciam crendo que Jesus iria tomar o poder romano e estabelecer um
poder político.
É justamente este poder
político que desejam.
Parece que eles tinham
certeza que Jesus não iria negar o pedido. Eles dizem: (35) "Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir".
Jesus pergunta: (36) "Que quereis que vos faça?" (37) "Responderam-lhe: Permite-nos que, na tua glória, nos
assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda".
Estavam equivocados e desejam o
poder. Procuram estar acima dos outros. Querem ser os melhores. Sentar a
direita e a esquerda significa ser os mais honrados, respeitados e poderosos.
Esta é a lógica do mundo: trabalhar
para ser o mais honrado, respeitado e temido. É o esforço para conseguir o
domínio sobre os outros.
Ser discípulo de Jesus significa
andar na contramão da lógica do mundo (Lc 22.27).
Você é obcecado pelo poder?
II. A Resposta do
Senhor Jesus
O Senhor Jesus é claro:
(38) "Não sabeis o que pedis". Este é o
pedido que Jesus não responde. É um pedido sem sabedoria e sem entendimento.
Jesus pergunta: (38) "...Podeis
vós beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou batizado?"
O Senhor está falando do sofrimento (cálice) e da vergonha da perseguição
(batismo).
Eles não entendem. Acham que é
apenas mais um ritual. E respondem: (39) "Podemos". Jesus fala de sofrimento e martírio. Na
verdade Tiago e João iriam sofrer muito pelo Evangelho, por isso o Senhor diz:
(39) "...Bebereis o cálice que eu bebo e recebereis o batismo com que eu
sou batizado".
Na glória celestial o assentar-se à
direita ou à esquerda de Jesus, não era competência de dele conceder, pois já
estavam preparados para os escolhidos de Deus (40).
A lógica do Reino de Deus é o
serviço. Isso é contrário ao poder, a soberba e a ganância. Pedidos assim não
são atendidos (Tg 4.2,3).
Você já teve um pedido recusado por
Deus?
III.
A Visão do Reino
Não apenas Tiago e João
estavam atrás de poder temporal, mas os outros dez discípulos também. Desejam
fazer este pedido, mas Tiago e João fizeram na frente, e eles ficaram
indignados e cheios de inveja: (41) "Ouvindo
isto, indignaram-se os dez contra Tiago e João".
Os discípulos ainda não
conheciam a visão do Reino de Deus. No mundo é assim, disse Jesus (42)
"...os que são considerados governadores dos povos têm-nos
sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade".
Os discípulos vivem debaixo de uma
outra lógica. Nossa visão é diferente: (43)
"Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se
grande entre vós, será esse o que vos sirva; (44) e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de
todos".
Todo esforço do discípulo deve ser
para servir. Servir a Deus e ao próximo. Nosso modelo de serviço é o próprio
Senhor Jesus. Ele disse que (45)
"...o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para
servir e dar a sua vida em resgate por muitos". A palavra resgate
significa "pagar o preço" pela nossa salvação e libertação (Fp 2.8).
Quais os benefícios do serviço a
Deus e ao próximo?
Conclusão:
O/a discípulo/a de Jesus
aprende a solidariedade e o Serviço.
Não importa a minha
salvação pessoal apenas, preciso trabalhar para que Jesus venha resgatar
outros.
A lógica do reino não é
eu ser servido ou ter poder sobre os outros, mas trabalhar para ser servo.
Somos avaliados pelo
serviço que prestamos em amor.
"Onde reina o amor, não há vontade de poder, e onde domina o
poder, falta o amor. Um é a sombra do outro." (Carl Gustav Jung).
O
que este estudo ministrou sobre sua vida?
Como
sair da busca pelo poder para uma busca pelo serviço?
É
fácil reconhecer uma pessoa obsecada pelo poder?
Porque
discipulado e poder não combinam?
Precisamos
do Poder de Deus (capacitação) para
vencer nossa sede de poder (domínio sobre os outros) e sermos verdadeiros
servos de Cristo.