quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O Voto da ESTABILIDADE


O Voto da ESTABILIDADE
Recentemente uma revista secular apresentou uma matéria sobre a grande migração de evangélicos entre as igrejas. Pastoreio há quase 20 anos e tenho visto esta troca de denominação ser cada dia mais constante. Inclusive pastores e pastoras trocam de igrejas e abrem suas próprias denominações. A disputa e as rixas são sempre justificadas: “Foi obra do Espírito de Deus!”. Diante desta situação vemos um cristianismo carnal, raso e sem raiz.
A tradição Beneditina pode nos ajudar. Na Regra de São Benedito de Núrsia, encontramos três importantes votos: A Regra diz: “No oratório, diante de todos, prometa a sua estabilidade e conversação de seus costumes, e a obediência, diante de Deus...”.
Conversão de seus costumes: Bento exige pessoa convertida a Cristo e que esteja disposta a se converter todos os dias das ações erradas. A conversão é uma necessidade para o Monge. Muitos evangélicos trocam de igreja porque ainda não vivenciaram uma verdadeira conversão. Estão atrás de experiências, prosperidade ou emoções. Não criam vínculos porque inda tem vínculos com o pecado e com o mundo.

Obediência: O monge precisa estar disposto a obedecer a seus superiores e seus irmãos. Quem ainda não aprendeu a obedecer não pode ser monge. Infelizmente é a desobediência que provoca a migração desenfreada de evangélicos. Na maioria das vezes tem dificuldade em ser chamado a atenção. Não tem a graça de Deus para obedecer a sua denominação nem os conselhos do Evangelho.

Estabilidade: Pelo voto de Estabilidade, o monge se compromete a viver na comunidade de sua profissão durante toda a sua vida, até à morte.  É o primeiro elemento mencionado por Bento ao tratar da profissão monástica, porque o ascetismo da vida beneditina muito perderia de sua eficácia purificadora se o monge estive constantemente mudando de um mosteiro para outro, sem enfrentar as dificuldades que a maioria das vezes o próprio monge traz em si mesmo.
A Estabilidade é o voto de permanecer numa mesma comunidade, lugar que o monge ama e no qual se encontra com Deus. O monge acredita que Deus o chamou para viver num determinado mosteiro e para O servir em uma comunidade concreta. A Estabilidade manifesta também o desejo do monge e, consequentemente da comunidade monástica, de se viver sempre "estável" em Deus.
Este voto eu fiz com relação a minha denominação. Aos 24 anos de idade, já Metodista, eu e a minha esposa fizemos o Voto de Estabilidade. Não importa os rumos da igreja Metodista, eu estarei ali para glorificar a Deus, sendo testemunho do Senhor e cumprindo o meu voto de estabilidade, amando a Deus e ao próximo.
Este voto faz com que eu nunca olhe para outra denominação com o coração desejoso de mudar de igreja. Meu referencial é unicamente o Senhor JESUS.
Creio que este voto seria de grande valia se cada evangélico, diante do discernimento de Deus, pudesse ter coragem faze-lo.
Assim como o monge permanece para sempre em seu mosteiro, o cristão deveria permanecer para sempre em sua denominação que um dia Deus lhe colocou. Perde-se muito trocando de igreja ou criando novas denominações.
Creio que Wesley morreu Anglicano porque tinha em seu coração este voto. Com certeza ele lia e relia a Regra de São Bento e deve ter ficado maravilhado com este voto, quando aplicado para a fidelidade denominacional.
Amo o monasticismo, a espiritualidade, a liturgia, os movimentos valdenses e franciscanos. Posso ler autores pentecostais, católicos e ortodoxos, mas tenho um voto. Meu voto de estabilidade trouxe paz ao meu coração e me leva a cada dia mais caminhar na graça do Senhor JESUS, indo a Cristo e levando vidas a Cristo. Louvado seja o Senhor.
ordemevangelica@hotmail.com



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Como a oração litúrgica está salvando nossa comunidade

Jonathan Wilson-Hartgrove

Como a oração litúrgica está salvando nossa comunidade
Por Jonathan Wilson-Hartgrove

Se os batistas com os quais eu cresci na Carolina do Norte rural me ensinaram algo foi a amar a Jesus e à Bíblia. Fazendeiros e operários de fábrica, meu pessoal tinha grandes expectativas de mim. Eles enfatizavam a educação e me enviaram com tudo o que necessitava para ver o mundo. Mas não importava quão longe eu fosse, eles se asseguraram que eu saberia que Jesus e a Bíblia estavam no centro de tudo. Jesus era nosso Senhor e Salvador, a resposta final para as maiores questões da vida e os desejos mais profundos do meu coração. Na Escola Dominical eu aprendi a conhecer Jesus através da Bíblia. As Sagradas Escrituras era nossa companhia constante. Memorizamos capítulo e versículos.
Quando outros me mostraram mais de 2 mil versículos sobre os pobres, a paixão do meu pessoal pelas Escrituras me levaram a conectar o discipulado com a justiça. Jesus tinha convidado claramente seus seguidores para um novo relacionamento com Deus: "Quem me vê, vê o Pai" (João 14.9). E mais: Jesus deixou claro que este novo relacionamento implica transformação pessoal: "Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo" (João 3.3). A consciência disso definiu minha percepção sobre como eu devo me relacionar com outras pessoas. Quanto mais eu prestava atenção à Bíblia, mais parecia que meu relacionamento com Jesus era inseparável de meu relacionamento com os rejeitados e ignorados pela sociedade: "Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer", disse Jesus, "fui estrangeiro, e vocês me acolheram... o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram" (Mateus 25.35, 40).
Assim, segui a Jesus até a Casa Rutba, uma nova comunidade monástica em Durham, Carolina do Norte. Comunidades como a nossa se estabelecem nas cidades, abrem suas casas aos sem-teto, visitam prisões, cultivam jardins em terrenos abandonados e cozinham panelões de sopa para compartilhar com os vizinhos — porque queremos acolher Jesus. A Bíblia que me ensinaram a guardar como um tesouro me preparou para encontrar Jesus num lugar como este. Mas quando Jesus bate na nossa porta, ele traz amigos esmagados pela pobreza, racismo, drogas, abuso, prostituição e exploração. Nós os acolhemos, entendendo que Deus nos reuniu, mas não estamos nunca seguros de como fazer funcionar.
Isto nos leva a orar porque precisamos de ajuda. Tentamos restaurar nossos amigos, como temos tentado fazê-lo conosco, mas temos visto o bastante para saber que esta é uma rua sem saída. Jesus salva mas ele não usa uma varinha mágica e conserta tudo. Logo nos demos conta de que nossos recursos de oração eram inadequados. Precisávamos de poços mais fundos. Encontramos na antiga prática cristã da oração litúrgica.
Voltando-se para a liturgia
Alguns anos depois de começar a comunidade da Casa Hutba, recebi uma carta de uma comunidade beneditina de Minnesota. Eles se sentiram encorajados ao ouvir de cristãos como nós vivendo juntos e trabalhando pela paz e a justiça. Mas eles sabiam de quase 1500 anos de experiência que viver em comunidade pode ser difícil. Convidaram-me para ir ao mosteiro deles e se ofereceram para pagar minha viagem. Alguém estava ouvindo nossas orações.
Um irmão do mosteiro me deu uma cópia da Regra de São Bento, que tem orientado muitas comunidades monásticas desde o século sexto. Menos de seis frases na primeira página, eu reconheci a voz de um amante da Bíblia: "Levantemo-nos então finalmente, pois a Escritura nos desperta...". O que veio depois foi um convite à comunidade que ecoou repetidamente as palavras que tinha guardado no coração. Aqui no mosteiro a Bíblia também apontava para Jesus.
E para a oração. Os beneditinos também têm um conjunto de práticas comuns — uma tradição de disciplinas espirituais — que moldam e disciplinam seu amor por Deus e pelas Escrituras. Um sino toca na igreja no centro do mosteiro, e eu sigo os homens em batinas pretas para a oração do meio-dia. "Ó Deus, vinde em meu auxílio", entona uma voz solene. "Apressai-vos, Senhor, em socorrer-me". Eu fui alcançado na liturgia, seus ritmos tranquilizando minha alma ansiosa e cansada.
Como evangélico, cresci sabendo que o momento decisivo na vida é a experiência de conversão — um encontro radical com o Cristo vivo que nos afasta do pecado e egoísmo para a vida que fomos preparados para viver. Quando conheci os beneditinos, aprendi que eles eram também insistentes sobre conversão. Segundo a Regra, quando um irmão ou irmã se junta à comunidade, prometem três coisas: estabilidade, obediência e conversatio morum — o ritmo monástico de oração e trabalho que é, ele mesmo, um caminho de conversão. Os beneditinos creem em uma experiência de conversão que aconteceu não apenas uma mas em cada retorno à oração comum. Relembrados do poder sustentador de Cristo, eles retiram da oração litúrgica a força para continuar.
Encontrando um novo "nós"
Os beneditinos não foram o único grupo a compartilhar suas tradições litúrgicas. Um fransciscano que encontramos numa delegação de paz no deserto do Arizona abriu seu breviário e nos ensinou orações. Alguns episcopais se juntaram à comunidade trazendo o Livro de Oração Comum (que, a propósito, pegou muita coisa emprestada dos beneditinos). Movimentos contemporâneos como a Comunidade Northumbria, na Inglaterra, e a Comunidade de Sant'Egidio, na Itália, compartilharam suas liturgias. Começamos a estruturar um ritmo diário de oração, nos reunindo antes do trabalho nas manhãs e antes de ir dormir à noite. Foi um grande presente ter, no fim de um dia longo, palavras melhores que poderíamos imaginar individualmente. Um mentor disse para nós: "Mesmo que tudo o mais desmorone, você sabe que chegará em casa e orará com os outros".
No coração de cada liturgia, encontramos uma oração familiar: o Pai Nosso. Aprendemos que ela tem estado no centro da oração estruturada desde o documento mais antigo de ensino cristão, o Didaché, que instruía os fiéis a dizer o Pai Nosso três vezes ao dia. Ele ecoa através dos credos que nos ajudaram a afirmar nossa fé, dos Salmos que nos ensinaram a lutar de modo sincero com Deus, e das orações antigas pelos mortos, que estão vivos dentro de nós em Cristo. Este novo "nós", estendendo-se pela história, também se estende através dos fusos horários, como um revezamento passando um bastão de oração ao redor do mundo cada dia, manifestando a unidade da igreja. A oração litúrgica nos ensina a relembrarmos irmãs e irmãos que estão separados de nós meio mundo (ou meio milênio).
Esta família de fé nos traz à memória seus "santos", no dia morte de cada um, celebrando as diversas maneiras como eles assumiram a cruz. Seus exemplos heróicos ajudam novas comunidades monásticas como a nossa a cumprir o que alguns chamam de "evangelização encarnacional". Recordar que Deus veste-se do humano para reivindicar a criação. Jesus se mudou para a vizinhança, diz Eugene Peterson, como a Casa Rutba se mudou para Durham. Mas as particularidades de tempo e espaço moldam cada vida com Deus, e nossos bairros não parecem muito com a Galiléia da Palestina do primeiro século. Trazer à lembrança os santos em nossas orações diárias ensina-nos como Deus tem reivindicado as vidas humanas através da história. Depois de 2 mil anos, temos muitos exemplos inspiradores. De vez em quando, você se dá conta, algum deles poderia ser eu.
No início de nossa vida comunitária, lemos sobre Antônio do Egito, que deixou uma vida privilegiada para desbravar o deserto e lutar com o diabo. Orando entre as "bestas selvagens" dos espaços abandonados, Antonio aprendeu os limites de sua própria capacidade e o poder incrível do nome de Jesus. Orando na participação de um "nós" que incluiu Antonio, vimos nosso bairro economicamente em crise como um "lugar abandonado" em nossa sociedade. Embora os demônios do vício e da injustiça sistêmica parecessem implacáveis, a vida de Antonio nos encorajou a orar e viver com confiança que Jesus prevaleceria. Sustentado por um novo nós, esta grande nuvem de testemunhas, perseveramos no nosso trabalho.
Todo o tempo do mundo
Bairros como o nosso — onde reina uma injustiça evidente— te deixa indignado ao ponto de você dizer: "Chega. Isto tem que acabar". Alguns ativistas marcham e fazem manifestações, vão à prefeitura e à prisão por causa de ideais abstratos. Mas a maioria das pessoas com as quais tenho sido algemado são motivadas por injustiças que eles testemunharam de primeira mão. Eu nunca me esquecerei da noite quando, tentando parar uma execução, fui para a cadeia com um homem que tinha sido libertado por um teste de DNA depois de 15 anos no corredor da morte. Tudo o que ele disse foi: "Eu odeio estar preso, mas não posso ficar aqui olhando eles matarem um homem como eu".
Entre as canções que os ativistas herdaram do movimento de direitos civis há um spiritual que diz: "Nós que acreditamos na liberdade não podemos descansar até que ela chegue". Isto ressoa especialmente quando as pessoas que conheço estão sofrendo. Embora você possa gostar de férias, apenas pensar em dar uma escapada enquanto seus amigos não têm lugar para descansar suas cabeças ou comida para comer, deixa um gosto amargo na boca.
É por isso que tantos ativistas, cristãos e não-cristãos, experimentam o esgotamento físico e mental. Há sempre mais para fazer e muitas razões para fazê-lo. Assim, vamos em frente, mergulhamos fundo e tentamos dar um pouco mais. Gente boa tem morrido fazendo isto. Tenho visto com meus próprios olhos.
Mas não temos de nos desesperar. Uma das lições mais importantes que tenho aprendido da oração litúrgica é que, pela graça de Deus, temos todo o tempo do mundo para fazer o trabalho do reino de Cristo. Paramos para orar de manhã, ao meio-dia e de noite como uma confissão de que nosso trabalho não depende de nossos esforços, mas da fidelidade de um Deus que já redimiu toda a criação. Oramos com o Arcebispo Oscar Romero, mártir de El Salvador: "Nada do que fazemos é completo, que é outra forma de dizer que o reino sempre nos transcende... Somos pedreiros, não mestres de obras; ministros, não o Messias. Somos profetas de um futuro que não é nosso".
Como o passado, cuja sabedoria nos guia, o futuro também é um dom. Não o alcançamos através de nossos esforços mas o recebemos com gratidão, na medida em que aprendemos a canção eterna ressoando ao redor do trono de Deus: "Santo, Santo, Santo!" cantamos, com anjos e arcanjos e todos os santos que chegaram antes de nós. "Céus e terra são cheios da sua glória". Assim retomamos nosso trabalho até chegar a hora, no devido tempo, de se reunir e cantar novamente. Este é o tipo de vida que você pode experimentar para sempre.

Publicado anteriormente em 
http://www.christianitytoday.com/ct/2011/may/joiningeternalsong.html?start=1

A Espiritualidade do Oblato


A palavra oblato vem do latim oblatus, "oferecido".
Na Regra de Benedito de Núrsia, tal vocábulo designa os meninos oferecidos por seus genitores para o serviço de Deus no mosteiro (cf. cap. 59; São Gregório Magno, Diálogos, I, II).
Aos poucos o termo "oblato" passou a designar fiéis que, desejosos de viver mais plenamente a vida cristã, se filiam a determinado mosteiro.
Os que passam a morar no próprio cenóbio são chamados "oblatos regulares", ao passo que aqueles que continuam no século são ditos "oblatos seculares".
Oblatos são pessoas que vivem suas vidas seculares, mas estão associados e aliançados a um mosteiro, mesmo não sendo monges.

Espiritualidade beneditina do Oblato
A tradição monástica formulou em palavras ou frases incisivas algumas das grandes características do espírito beneditino, que todo oblato há de procurar observar.

V.1. Ora e Trabalha

1. É o lema "Ora et labora" que dá estrutura a toda a vida do discípulo de Bento.

2. A oração significa a atitude definitiva do cristão, principalmente sob a forma de adoração, louvor e gratidão ao Senhor. É ela que alimenta e aprofunda a união de da criatura com o Criador, e leva o cristão a participar, cada vez mais, da vida trinitária. É por isto que a oração ocupa o primeiro lugar na estima do oblato.

3. O trabalho é forma de disciplina e ascese, como também de transformação do mundo segundo o plano e os desígnios do Criador. O oblato se santifica não apesar do trabalho, mas mediante o trabalho. Este há de ser assumido não apenas como meio de subsistência, mas no intuito de servir a Deus e ao próximo. Quem ora devidamente, se habilita a trabalhar em espírito de louvor e adoração a Deus, como o fez o Divino Mestre quando se dignou trabalhar com mãos humanas, pensar com inteligência humana, agir com vontade humana, amar com coração humano (cf. Constituição "Gaudium et Spes" nº 22).


V.2. Em todas as coisas seja Deus Glorificado

1. Referindo-se ao trabalho dos artífices do mosteiro, Bento recomenda aos monges que procurem vender os respectivos artefatos por preço módico "para que em todas as coisas seja Deus glorificado" (Santa Regra, cap. 57). Esta fórmula é inspirada pelo texto bíblico de 1Pd 4, 11. Em seu teor latino, veio a ser uma das expressões típicas do espírito monástico: "Ut in omnibus glorificetur Deus" (abreviadamente: U.I.O.G.D.)

2. A espiritualidade monástica é essencialmente teocêntrica. O oblato, mesmo vivendo no século, saberá traduzir este teocentrismo em atitudes e gestos concretos de sua vida.

 V.3. Nada preferir ao Amor de Cristo

1. Esta norma, colocada no cap. 5 da Regra, entre os instrumentos das boas obras, exprime fielmente o pensamento paulino de que está impregnada a espiritualidade beneditina.

2. Em Cristo quis o Pai, desde a eternidade, amar e abençoar cada ser humano (cf. Ef. 1,3-5). Nele, por Ele e para Ele tudo foi criado (cf. Cl 1, 16): tudo Nele subsiste (cf. Cl 1. 17). "Nele aprouve a Deus fazer habitar toda a Plenitude" (Cl 1, 19). É por Ele que ousamos chegar-nos a Deus Pai confiantemente (cf. Ef 3, 12).

3. Por conseguinte, compete ao oblato procurar conhecer sempre mais profundamente o Cristo Jesus, não só por via intelectual, mas também mediante uma configuração crescente ao Senhor Jesus. Associe seus sofrimentos e suas alegrias aos do Cristo Jesus, (cf. Cl 1, 24), certo de que, padecendo com Cristo, reinará também com Cristo (cf. 2Tm 2, 11; Santa Regra, Prólogo).

"Por Cristo homem a Cristo Deus. E por Cristo Deus a Deus Pai" (Santo Agostinho)

 V.4. Como Sagrados Vasos do Altar

No cap. 31, relativo ao celeireiro, Bento recomenda que se considerem "todos os objetos do mosteiro e demais utensílios como sagrados vasos do altar". Tal visão de fé há de caracterizar também o oblato. Nada é profano ou religiosamente neutro aos olhos do cristão. Ao contrário, a reverência incutida pela certeza da presença de Deus na oração acompanhar-lo-á na execução de suas tarefas, pois elas, a seu modo, contribuem para pô-lo em contato com o Senhor Deus e os valores eternos. E, de modo especial, Bento convida seus discípulos a ver nos irmãos a presença de Cristo: assim, entre outros, no Abade (cap. 2), nos enfermos (cap. 16), nos hóspedes e nos pobres (cap. 53).
  
V.5. Nada em Demasia.

1, Esta máxima de Cícero encontra-se no cap. 64 da Santa Regra, concernente ao Abade. Este, ao corrigir os irmãos, há de proceder prudentemente e não em demasia, para que, desejando raspar demasiado a ferrugem, não quebre o próprio vaso.

2. Tal fórmula tornou-se a expressão da famosa discrição beneditina, já muito exaltada por Gregório Magno )cf. Diálogos, cap. 36, I, II). Esta discrição não significa mediocridade ou prudência acovardada e medrosa. Muito ao contrário: é a virtude que proporciona os meios ao fim respectivo e que, por isto, cria ordem e harmonia na vida beneditina. Essa proporcionalidade ou harmonia pode exigir renúncia e sacrifício; ela não somente é compatível com a ascese, mas pode fomentar a ascese. É da discrição que decorre o senso estético que deve caracterizar a Liturgia e as expressões de um mosteiro beneditino. Os filhos discípulos hão de viver em harmonia e proporção - o que nada tem de afetado, mas implica pureza interior e dignidade de porte visível (no vestir-se, no falar, no recrear-se, no conversar...).

V. 6. Ser Primeiramente

1. No cap. 4 da Santa Regra. o Legislador exorta os monges a que "não queiram ser tidos como santos antes que o sejam, mas primeiramente sejam santos para que possam ser considerados como tais".

2. Esta norma traduz a aversão à aparência destituída de conteúdo, aos rótulos ilusórios ou contraditórios. Revela absoluta preferência pelo ser em relação ao ter. Em conseqüência, incute ao discípulo a preocupação com a coerência de pensamento e vida. Sugere a honestidade incondicional de atitudes, de palavras e de ambiente. Evite o oblato linguagem falsa, ambígua e vã.

3. O amor à autenticidade se exprime mais de uma vez na Regra de Bento: assim, no tocante ao oratório ("seja aquilo que o nome significa"; cap. 52). ao Abade ("faz as vezes de Cristo, porque é chamado pelo mesmo cognome que Este"; cap. 2), ao monge feito soldado do verdadeiro Rei (Prólogo) ou penetrado pela humildade (12º grau; cap. 17...)

 V. 7. Nada Antepor ao Ofício Divino

1. Quer Bento que o Ofício Divino seja a tarefa primordial do monge, tarefa que inspire e impregne todas as demais atividades.

2. O oblato vê nesta norma também um traço da sua espiritualidade. Embora não esteja obrigado a celebrar o Ofício Divino, deve fazer da oração (seja particular, seja comunitária) o centro de sua vida. Isto não requer que se dedique à oração o tempo que deveria consagrar a outros deveres, mas exige que a oração seja tarefa efetuada com o maior empenho e solicitude, diariamente, nas horas próprias. Assim procedendo, o oblato estará dando a Deus o lugar primordial que a Ele compete, e se abrirá às graças que levas à perfeição ou santidade.

 V. 8. Antecipem-se Uns aos Outros em Honra

1. Estas palavras, tiradas do cap. 72 da Santa Regra, sintetizam toda a doutrina da caridade fraterna, que é o coração do Novo Testamento e a característica principal dos discípulos de Jesus Cristo. Todo este capítulo, feito de máximas de grande densidade espiritual, deve ser freqüentemente meditado pelo oblato e transformado em norma de vida cotidiana.

2. Membro da mesma família monástica, concebam uns para com os outros genuíno espírito de fraternidade, que se traduzirá na assistência solícita aos enfermos, aos atribulados e a quantos sofrem as vicissitudes da vida. Este mesmo zelo existirá no Abade e no discipulador, que procurarão acompanhar cada um dos oblatos nos altos e baixos de sua caminhada, dando a sentir a cada um a presença da comunidade e dos valores da fé, principalmente nas horas difíceis. Tal tipo de assistência dos monges e dos oblatos avivará nos irmãos carentes a consciência de que somos membros uns dos outros e formamos um só corpo em Jesus Cristo (Rm. 12,5) e ainda de que "ninguém vive e ninguém morre para si mesmo, porque, se vivemos, é para o Senhor que vivemos, e, se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor" (Rm 14,7s).

3. A participação da comunidade fraterna na dor e, especialmente, nos momentos finais da peregrinação terrestre de um oblato será, para este, o sinal vivo da sua pertença a Cristo e da sua comunhão com a Igreja peregrina em marcha para a Jerusalém celeste, à qual desde o Batismo cada um foi chamado. "Quanto me alegrei quando me disseram: Iremos para a casa do Senhor!" (Sl. 121, 1)

 V. 9. Paz

1. A tradição associou a palavra PAZ ao ideal beneditino. Na verdade, a paz constitui o ambiente do mosteiro e, mais ainda, o estado íntimo dos seus moradores: os monges hão de cultivar a paz, ou seja, "a tranqüilidade na ordem" (Santo Agostinho) nas suas relações com Deus, com os irmãos, filhos do mesmo Pai, e com as demais criaturas.

2. Repetidamente a Santa Regra refere-se à paz como sendo uma das características do cenóbio e do monge: "Todos os membros estarão em paz" (Santa Regra, cap. 34; cf. cap. 53, Prólogo...)

3. O oblato adotará mais este traço da espiritualidade monástica, que o Evangelho enfatiza na sétima bem-aventurança: os filhos de Deus são artífices da paz (cf. Mt. 5, 9). A paz e a discrição monásticas supõem harmonia, equilíbrio e proporcionalidade na escala de valores do oblato. Esteja ele tão impregnado dos bens eternos que a sua mera presença já se torne sinal de ordem e tranqüilidade.

 V. 10. Na Prontidão do Temor de Deus

Como tantas outras, esta palavra do cap. 5 da Santa Regra lembra ao monge e ao oblato que sua vida deve ser guiada pelos dons do Espírito Santo. E o dom básico do temor de Deus é três vezes lembrado pela Sagrada Escritura como sendo "o começo da Sabedoria" (Sl. 110, 10: Pr. 1, 7; 9, 10). Bento o apresenta como o móvel da prontidão monástica aos apelos de Deus, que lhe são dirigidos pela voz do Superior, pelo sino conventual ou pelas necessidades dos irmãos. É o segredo daquela solicitude que Nosso Pai deseja encontrar em seus filhos pelo Ofício Divino, pela obediência e pelos opróbrios (cf. Santa Regra, cap. 58). Por isso, a pontualidade deve ser uma característica da vida do oblato, sinal dessa prontidão no serviço de Deus e dos homens.

 V. 11. Seja Tudo Comum a Todos

1. Nos capítulos 33 e 34 da Santa Regra, Bento estabelece a sua doutrina sobre a pobreza monástica: insiste na radicalidade do desprendimento dos bens materiais, cuja posse ele considera "vício que deve ser cortado do mosteiro pela raiz" (cap. 33). Encontra-se o espírito desta doutrina claramente revelado por Jesus em vários episódios evangélicos, principalmente no diálogo com o jovem rico e nos comentários seguintes feitos com os apóstolos (cf. Mt. 19, 16-30).

2. O oblato que vive no mundo e que não é chamado ao radical despojamento monástico, deve, no entanto, aprofundar cada vez mais a "bem-aventurança dos pobres de coração", proposta por Jesus no Sermão da Montanha (cf. Mt. 5,3). Ao contrário do espírito do mundo que valoriza o ter, deve ele valorizar cada vez mais o ser e o seu compromisso de partilha e comunhão com os irmãos. Sendo possuidor de bens materiais, sinta-se mais administrador do que dono.  

3. Bento chama de "presunção" o pensar que alguma coisa nos pertence (cap. 33) e nos lembra que a paz da comunidade depende de uma partilha de bens, conforme as necessidades de cada um.

 V. 12. Perseverando no Mosteiro

No final do Prólogo, Bento apresenta a perseverança e a paciência como a expressão da participação do monge nos sofrimentos de Cristo, penhor da comunhão com o Senhor na glória. Este é o sentido do voto de estabilidade que ele vai exigir de seus monges, em contraposição com os giróvagos, que se caracterizam pela instabilidade. O contato com o mosteiro será, para o oblato, sinal da seriedade do propósito de buscar a Deus e de ser perseverante no esforço de conversão. A oblação, após prolongado período de reflexão sobre os preceitos da Regra, deve ser uma entrega total da vida a Deus, em comunhão com os irmãos que buscam o mesmo ideal, e que usam as fortíssimas armas da obediência (Prólogo). Tenha o oblato presentes diante de seu coração as palavras de Cristo: "Quem põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o Reino de Deus" (Cl. 9, 62). Não confie nas próprias forças, mas, como afirmou no dia da oblação, entregue-se humilde e corajosamente ao poder da graça divina, que trabalhará sem cessar no seu espírito aberto à ação do Espírito Santo.

 V. 13. Glorificam o Senhor, que trabalha em seu Coração

1. Esta referência, quase literal, ao cântico de Maria na sua visitação a Isabel, é uma das mais belas sentenças da Santa Regra e pode ser apresentada como síntese da vida do monge e do oblato. Com efeito, estes são chamados a glorificar a Deus, cantando os seus louvores, e deixando-o agir no íntimo da criatura pela graça do Espírito Santo.

CONCLUSÃO

Todo o esforço do oblato é para glorificar a Jesus confiando unicamente na graça de Deus. Somos salvos pela graça. Isso é dom de Deus. Que em tudo seja Deus glorificado.

Baseado no Estatuto dos Oblatos Beneditinos e na Regra de Benedito de Núrsia

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Dia de Francisco de Assis – 04 de outubro



Dia de Francisco de Assis – 04 de outubro



Quase moribundo, Francisco compôs o Cântico das Criaturas. Até o fim da vida deseja ver o mundo inteiro louvando ao Senhor. Seu interesse não era a ecologia, mas o Deus criador do céu e da terra. Seu relacionamento com a vida estava baseado no seu relacionamento com Jesus.
No outono de 1225, enfraquecido pelas enfermidades, se retirou para São Damião. Quase cego e szinho numa cabana de palha, em estado febril e atormentado pelos ratos, deixou para todos nós este cântico de amor ao Pai. A penúltima estrofe que exalta o perdão e a paz, foi composto em julho de 1226, no palácio episcopal de Assis, para por fim a uma desavença entre o bispo e o prefeito da cidade. Estes poucos versos bastaram para impedir a guerra civil. A última estrofe, que acolhe a morte, foi composta no começo de outubro de 1226, dias antes de sua morte. O Cântico das Criaturas e a Oração da Cruz são os únicos escritos de Francisco em Italiano antigo.
Francisco deixa esta vida. Entra na vida eterna e nos presenteia com um lindo louvor a Deus. O Deus de todas as criaturas.

Cântico de Frei Sol ou Louvor das Criaturas

1 Altíssimo, onipotente, bom Senhor, teus são o louvor, a glória, a honra e toda bênção (cfr. Ap 4,9.11). 
2 Só a ti, Altíssimo, são devidos; E homem algum é digno de te mencionar. 
3 Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas (cfr. Tb 8,7), especialmente o senhor Frei Sol, que é dia e nos iluminas por ele. 
4 E ele é belo e radiante com grande esplendor; de ti, Altíssimo, carrega a significação. 
5 Louvado sejas, meu Senhor, pela Irmã Lua e as Estrelas (cfr. Sl 148,3), no céu as formaste claritas e preciosas e belas. 
6 Louvado sejas, meu Senhor pelo Frei Vento, pelo ar, ou nublado ou sereno, e todo o tempo (cfr. Dn 3,64-65), pelo qual às tuas criaturas dás sustento. 
7 Louvado sejas, meu Senhor pela Irmã Água (cfr. Sl 148, 4-5), que é muito útil e humilde e preciosa e casta. 
8 Louvado sejas, meu Senhor, pelo Frei Fogo (cfr. Dn 3, 63) pelo qual iluminas a noite (cfr. Sl 77,14), e ele é belo e alegre e vigoroso e forte. 
9 Louvado sejas, meu Senhor, por nossa Irmã a mãe Terra (cfr. Dn 3,74), que nos sustenta e governa, e produz frutos diversos e coloridas flores e ervas (cfr. Sl 103,13-14). 
10 Louvado sejas, meu Senhor, pelos que perdoam por teu amor (cfr. Mt 6,12), e suportam enfermidades e tribulações. 
11 Bem-aventurados os que as suportam em paz (cfr. Mt 5,10), que por ti, Altíssimo, serão coroados. 
12 Louvado sejas, meu Senhor, por nossa Irmã a Morte corporal, da qual nenhum homem vivo pode escapar. 
13 Ai dos que morrerem em pecados mortais! Felizes os que ela achar conformes à vossa santíssima vontade, porque a morte segunda não lhes fará mal! (cfr. Ap 2,11; 20,6) 
14 Louvai e bendizei a meu Senhor (cfr. Dn 3,85), e dai-lhe graças, e servi-o com grande humildade. 




Assim relata Frei Nilo os últimos momentos de Francisco de Assis e sua relação com a morte  (Sermão proferido por Frei Nilo Agostini, na Festa de São Francisco de Assis, 04/10/1991).


Todo debilidato, com voz fraca, sumida, entoa Francisco o Salmo 142: Você mea ad Dominum clamavi (“Com minha voz clamei ao Senhor...”). O Salmo vai sendo entoado pouco a pouco, e ao chegar ao versículo Educ de custodia animam meam (“Arranca do cárcere minha alma, pra que vá cantar teu nome, pois me esperam os justos e tu me darás o galardão”). Faz-se grande e profundo silêncio. Acabara de morrer, cantando, Francisco de Assis.
Quem é este que transfigura o trauma da morte em expressão de liberdade tão suprema? Desaparece o sinistro da morte. E Francisco vai ao seu encontro como quem vai abraçar e saudar uma irmã muito querida.
Ano de 1226. Francisco se acha muito debilitado. Seu estômago não aceita mais alimento algum. Chega a vomitar sangue. Admiram-se todos como um corpo tão enfraquecido, já tão morto, ainda não tenha desfalecido. Transportado de Sena para Assis, Francisco ainda encontra forças para exortar os que acorrem a ele. E aos irmãos diz: “Meus irmãos, comecemos a servir ao Senhor, porque até agora bem pouco fizemos”. Ao chegar a Assis, um médico se apresenta e constata que nada mais resta a fazer. Ao que Francisco exclama: “Bem-vinda sejas, irmã minha, a morte!” E convida aos irmãos Ângelo e Leão para cantarem o Cântico do Irmão Sol, ao qual Francisco Acrescenta a última estrofe em louvor a Deus pela morte corporal.
Cria-se uma atmosfera tão jovial e alegre que o Ministro Geral da Ordem, Frei Elias, interpela Francisco para que pare com toda aquela atmosfera, vista como “cantoria”, para que enfim ele morra “convenientemente”, pois poderia escandalizar os moradores de Assis. “Com tudo o que sofro, me sinto tão perto de Deus que não posso senão cantar!” – respondeu-lhe Francisco.
Aproximando-se a hora derradeira, Francisco deseja ser levado para a capelinha de Nossa Senhora dos Anjos, na Porciúncula, onde tudo havia começado. Lá, num gesto de despojamento, de identificação com o Cristo crucificado e de integração com o Pai, pede que o deixem, nu, sobre a terra e diz aos frades: “Fiz o que tinha que fazer. Que Cristo vos ensine o que cabe a vós”. Despede-se de todos os irmãos; abençoa-os; lembra-lhes que “o Santo Evangelho é mais importante que todas as demais instituições”. Ainda deseja que Irmã Jacoba lhe traga alguns daqueles deliciosos biscoitos. Anima o seu médico, dizendo-lhe: Irmão médico, dize com coragem que a minha morte está próxima. Para mim, ela é a porta para a vida!” E, então, canta o Salmo 142. Francisco parte cantando, cortês, hospitaleiro e reconciliado com a morte.
O canto de Francisco está baseado em uma percepção realista da morte: “Nenhum homem pode escapar da morte”. Mas como pode ser irmã aquela que engole a vida, que decepa aquela pulsão arraigada em cada um de nós, fundada em um “desejo” que busca triunfar sobre a morte e viver eternamente? Francisco acolhe fraternalmente a morte. Nele realiza-se, de forma maravilhosa, o encontro entre a vida e a morte, em um processo de integração da morte.
Francisco acolhe a vida assim como ela é, ou seja, em sua exigência de eternidade e em sua mortalidade. Tanto a vida como a morte são um processo que perdura ao longo de toda a vida. A morte faz parte da vida. Como e despertar e o adormecer, assim é a morte para o ser humano. Ela não rouba a vida; dá a esse tipo de vida a possibilidade de outro tipo de vida, eterna e imortal, em Deus.
A morte não é então negação total da vida, não é nossa inimiga, mas é passagem para o modo de vida em Deus, novo e definitivo, imortal e pleno. Francisco capta esta realidade e abriga a morte dentro da vida. Acolhe toda limitação e mostra-se tolerante com a pequenez humana, a sua e a dos outros.
A grandeza espiritual e religiosa de Francisco no saudar e cantar a morte significa que já está para além da própria morte; ela, digna hóspede não lhe é problema; ao contrário, ela é a condição de viver eternamente, de triunfar de modo absoluto, de vencer todo embotamento do pecado que a transforma em tragédia. Francisco soube mergulhar na fonte de toda a vida. “Enquanto Deus é Deus, enquanto Ele é o vivente e a Fonte de toda a vida, eu não morrerei, ainda que corporalmente morra!” (L. Boff).
Morte, drama sagrado,
não uma tragédia.
Morte, bem-vinda,
não uma inimiga.
Morte, uma irmã,
não uma ladra.
Morte, abertura para a plena liberdade,
presença do Reino de Deus, utopia do justos.
“Deus enxugará as lágrimas dos seus olhos, e a morte não existirá mais,
nem haverá mais luto, nem pranto, nem fadiga, porque tudo isso já passou” (Ap 21,4).
“Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal, da qual nenhum vivente pode escapar” (São Francisco, Cântico do Irmão Sol).      
Sermão proferido por Frei Nilo Agostini, na Festa de São Francisco de Assis, 04/10/1991